Cidades
Casa queimada ainda � marco da �poca dos cangaceiros

São José da Tapera Dona Lindinalva Rodrigues Malaquias, enfermeira do posto de saúde de Caboclo, não é testemunha ocular da história ainda não havia nascido mas comprou a antiga mercearia queimada por ordem de Lampião. E mesmo passados mais de 60 anos da morte do cangaceiro, ainda se pode ver os vestígios das paredes chamuscadas que ela conserva como relíquia. Na época, imagino, foi um terror. Mas hoje, quando tudo já passou, fica para a história. Eu quero conservar a história de Caboclo, um povoado que já pertenceu a Santana do Ipanema e Pão de Açúcar, hoje pertence a São José da Tapera, mas é mais antigo que a sede, adiantou, explicando que a mercearia pertencia a José Afonso dos Anjos, que se negou a vender fiado ao portador que Lampião designou. Por isso, a mercearia foi queimada. Terra de médicos Mas nem só de cangaceiros vive o povoado. O atendente de saúde Francisco Prudêncio de Lima, marido da vereadora Iraldete, com cinco mandatos, lembra que Caboclo é a terra de médicos. E cita dos que se lembra: Francisco dos Anjos é médico em Maceió, José dos Anjos é médico em Salvador, Raimundo e José dos Anjos, mais conhecido como Zé Padre, são médicos no Rio de Janeiro, todos nascidos e criados aqui, completou. Francisco Prudêncio pede apoio para o povoado, denunciando o surgimento da primeira favela em Caboclo. São vinte e cinco casas de taipa, sem banheiro, sem a mínima condição de habitação. Poderíamos evitar essa favelização, não faz sentido mais casas de taipa, disse. São as melhoras que Socorro, amiga de Lindinaldo, também espera.