MUDANÇAS CLIMÁTICAS
AL deve ter chuvas abaixo da normalidade durante a quadra chuvosa
Nota técnica mostra que a maior parte da região centro-sul está em estágio de atenção em relação à seca


Apesar da redução dos impactos da seca em algumas regiões do Brasil nos últimos meses, Alagoas ainda enfrenta um cenário preocupante, segundo a nota técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Alguns municípios alagoanos registraram muitos dias sem chuvas significativas entre outubro de 2024 e março de 2025.
O meteorologista Vinicius Pinho, superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Semarh (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) lembra que nos últimos dois anos ocorreram os maiores registros de temperatura de Alagoas.
“A gente tem enfrentado períodos maiores de estiagem, quanto de eventos extremos de chuvas. Isso tem acontecido muito por conta das famosas mudanças climáticas. Se a gente for pegar um recorte dos últimos 15 anos, a gente teve diversos eventos extremos”, explica.
“Passamos pela maior seca da história do semiárido brasileiro de 2012 a 2017 e em 2019 tivemos uma nova seca e agora uma mais branda. O ano passado foi o mais quente da história e em 2025 a gente tem batido o recorde de temperatura e isso influencia no clima”, disse Vinicius Pinho.
O meteorologista lembra ainda a ocorrência de secas severas tanto de desastres naturais, enchentes e inundações nos anos de 2022 e 2023 e que tem ligação com as mudanças climáticas
A nota técnica mostra ainda que a maior parte da região centro-sul está em estágio de atenção em relação à seca e a umidade do solo estão em níveis críticos, indicando início das condições de seca.
“É importante ressaltar que a gente está entrando no período chuvoso, a famosa quadra chuvosa. A nossa perspectiva é que nós tenhamos chuvas um pouquinho abaixo da normalidade para esse ano o que nos preocupa principalmente para o pós período chuvoso. A região do semiárido deve ser mais impactada com chuvas mais abaixo da normalidade e isso pode ter reflexo no final da nossa quadra chuvosa, agravando a seca no nosso estado a partir de setembro, outubro e novembro”, finaliza o meteorologista.
“Em relação à seca de 2023-2024, hoje temos um cenário da seca mais deslocada para a direita do território, atingindo mais o Brasil central e parte do Nordeste”, explica a coordenadora do monitoramento de secas e pesquisadora do Cemaden, Ana Paula Cunha.