DOENÇAS HÍDRICAS
Especialistas alertam sobre aumento de casos de leptospirose na quadra chuvosa
Em 2024, foram 25 notificações da doença e cinco destes pacientes não resistiram às complicações


A chegada da quadra chuvosa é motivo de preocupação quando se fala em aumento de casos de doenças hídricas. Nesse período, normalmente, crescem os riscos do contágio da leptospirose, enfermidade que causa infecção, febre aguda, transmitida a partir da exposição à urina de animais, principalmente ratos, e que pode levar à morte.
Em 2025, não há casos confirmados de leptospirose entre os residentes de Maceió. Já em 2024, foram 25 notificações e cinco destes pacientes não resistiram às complicações da doença. Ano passado, em todo o estado, foram notificados 40 casos de leptospirose e sem óbitos.
“No período chuvoso, é importante que a população evite o contato com água possivelmente contaminada para evitar a transmissão de doenças. Caso não seja possível evitar o contato direto é importante utilizar equipamentos de proteção individual como botas e luvas de borracha e na ausência desses itens, amarrar sacos plásticos nas mãos e pés”, orienta a bióloga Cláudia Rodarte, técnica de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo a bióloga, no caso de enchentes, após a água baixar, o ambiente deve ser desinfetado (chão, paredes e objetos) com uma mistura de 20L de água e 400 mL de água sanitária, deixando agir por 15 minutos e proceder com a limpeza. Além disso, não se deve permitir que crianças brinquem nessas águas e manter caixas d'água limpas e vedadas.
O período de incubação, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e, normalmente, ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. “E no surgimento de sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular, enjoo, diarreia, procurar o serviço de saúde e relatar caso tenha se exposto a alguma situação de risco”, explica a bióloga.
Entre as doenças de veiculação hídrica mais registradas em Maceió e consideradas mais perigosas estão a leptospirose e as doenças diarreicas. “A leptospirose tende a ser mais perigosa por conta de sua letalidade. Como cuidados permanentes é importante manter os hábitos de higiene como lavagem das mãos, higienização dos alimentos com hipoclorito de sódio e consumir água filtrada ou tratada com hipoclorito para evitar diarreicas agudas”, conclui.
Quanto a desinfecção da água é recomendado utilizar de 2 a 4 gotas de solução de hipoclorito 2,5% para cada 1L de água e aguardar 30 minutos antes de consumir a água. E para a desinfecção de alimentos utilizar uma colher de sopa para cada litro de água, deixar 15 minutos de molho e enxaguar em água corrente antes de consumir. O hipoclorito de sódio é de distribuição gratuita nas unidades básicas de saúde.
Para a desinfecção de alimentos utilizar uma colher de sopa para cada litro de água, deixar 15 minutos de molho e enxaguar em água corrente antes de consumir. O hipoclorito de sódio pode ser encontrado gratuitamente nas unidades básicas de saúde.
O controle da leptospirose é feito principalmente através do controle do vetor. É importante que a população mantenha o ambiente domiciliar limpo, com descarte adequado do lixo, armazenamento apropriado dos alimentos, não deixar a comida dos animais expostas ao longo do dia (recolher as sobras) e manter o quintal livre de lixo e entulho para que o ambiente não fique favorável a proliferação dos roedores.