MORREU APÓS O PARTO
Médicos são indiciados por morte de grávida em Arapiraca
Investigação apontou falha no atendimento e omissão por parte dos profissionais de plantão


Polícia Civil indiciou dois médicos do Hospital Chama em Arapiraca, no Agreste do Estado, pela morte de da gestante Cíntia Soares Farias, de 25 anos, e do bebê dela. Eles foram indiciados pelo crime de homicídio culposo quando não há intenção de matar, mas o crime ocorre por negligência ou imperícia. Outras duas mortes na unidade também são investigadas.
O inquérito que investigou o caso foi concluído e encaminhado à Justiça nessa terça-feira (13) pelo delegado regional de Arapiraca, Edberg Sobral de Oliveira. Segundo as investigações, a grávida saiu da cidade de Batalha para dar à luz ao seu filho no dia 4 de fevereiro na maternidade da unidade de saúde.
Ela deu entrada na unidade às 5h, mas só foi atendida 10h. Ela foi para o centro cirúrgico, onde foi submetida a uma cesariana e saiu com hemorragia pós-parto.
Mesmo apresentando sinais de agravamento, permaneceu por cerca de seis horas na enfermaria. Somente às 16h foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde recebeu três bolsas de sangue. Cíntia não resistiu e morreu às 22h15 do mesmo dia.
A investigação apontou falha no atendimento e omissão por parte dos profissionais de plantão, que desrespeitaram normas técnicas da profissão. Com base nisso, ambos foram indiciados por homicídio culposo, por inobservância de regra técnica de cuidado.
À reportagem da TV Gazeta, o hospital informou que o caso é extremamente complexo e envolveu vários problemas como pré-eclâmpsia grave e ruptura de hematoma no fígado, o que causou uma hemorragia irreversível.
A unidade de saúde afirmou ainda que lamenta o caso e que não houve negligência, mas sim uma sucessão de complicações graves e raras.