CINCO MORTOS
Polícia prende suspeito da chacina em estrela de Alagoas
Cícero da Silva, o 'Cícinho', de 46 anos, confessou o crime e alegou que agiu em legítima defesa


O suspeito de cometer a chacina no município de Estrela de Alagoas, no Agreste do Estado, foi preso nessa sexta-feira (16). Identificado como Cícero da Silva, conhecido como “Cícinho”, de 46 anos, ele foi localizado em Palmeira dos Índios, nas proximidades da divisa com Pernambuco. Após ser capturado, confessou o crime, alegando ter agido em legítima defesa.
A prisão foi resultado de denúncias feitas pela população por meio do Disque-Denúncia (181). A Polícia Civil considera a colaboração essencial para a rápida elucidação do caso.
A chacina ocorreu na quinta-feira (15) e vitimou cinco pessoas: Lice Souza da Silva, 53 anos; José Carlos da Silva, 53; João José da Silva, 56; José Rodrigues Machado Filho, 73; e Maria Elizete do Carmo, 56, dona da casa onde o crime foi cometido e cunhada do suspeito.
Os corpos foram encontrados em diferentes cômodos da residência. Maria Elizete estava caída na sala; um homem, em um dos quartos da frente; e os outros três, em um dormitório nos fundos. Segundo o delegado João Paulo, responsável pelas investigações, há indícios de que algumas vítimas estavam dormindo quando foram surpreendidas e mortas a facadas. A arma utilizada ainda não foi localizada.
CIÚME E HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
A principal motivação apontada até agora é o ciúme. A companheira de Cícero estava na casa no momento do crime, mas conseguiu escapar. Segundo a polícia, o grupo bebia desde a quarta-feira (14) e passou a madrugada no imóvel, onde morava uma das vítimas, que era irmã da companheira de Cícero.
O delegado Sidney Tenório, chefe da Diretoria de Homicídios, afirmou que o suspeito já vinha pressionando a companheira, com quem convivia havia 12 anos, para que deixasse de frequentar a casa da irmã. Ele teria inclusive anunciado que “cometeria uma tragédia”.
“O inquérito já está praticamente concluído. O celular do suspeito foi encontrado no local do crime, o que reforça a linha investigativa”, declarou Tenório.
Durante o depoimento, Cícero alegou que foi até o local após receber uma ligação da companheira e que teria sido atacado por um dos presentes, dando início a um suposto confronto. No entanto, a versão apresentada contrasta com os elementos da cena do crime, conforme destaca o delegado João Paulo. “As vítimas estavam espalhadas em cômodos distintos. Algumas, aparentemente, ainda estavam dormindo. Isso não condiz com uma situação de legítima defesa”, pontua.
Além disso, um ferimento encontrado na perna de Cícero sugere que ao menos uma das pessoas tentou se defender.
Os corpos das cinco vítimas foram liberados ontem (16) do Instituto Médico Legal (IML), o último deles já no fim da tarde.
REINCIDENTE
A polícia confirmou que já havia um Boletim de Ocorrência contra o suspeito, registrado em maio do ano passado, por tentativa de feminicídio. Na ocasião, ele teria esfaqueado a companheira, que conseguiu sobreviver após ser ferida na perna. Mesmo assim, o casal continuou junto.
A investigação está na fase final, e a polícia deve encaminhar o inquérito ao Ministério Público nos próximos dias.