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Nº 5899
Cidades

Alagoas vive marco em transplantes

Na última segunda-feira, o governador em exercício José Wanderley Neto comemorou o histórico transplante de coração feito no comerciário João Batista Brito, de 62 anos. Cardiologista experiente, ele não só comandou o procedimento médico, como entrou para

Por | Edição do dia 02/11/2008 - Matéria atualizada em 02/11/2008 às 00h00

Na última segunda-feira, o governador em exercício José Wanderley Neto comemorou o histórico transplante de coração feito no comerciário João Batista Brito, de 62 anos. Cardiologista experiente, ele não só comandou o procedimento médico, como entrou para os anais da medicina como o primeiro governador a realizar um transplante no Brasil. A cirurgia marcou também a retomada dos transplantes de coração em Alagoas, depois de quase três anos sem registros deste tipo de procedimento médico. O alarde e a comemoração poderiam ter sido maiores não fosse a posição nacional que Alagoas ocupa quando o assunto é doação e transplante de órgãos. Em 2007, o Estado era o último em números gerais de transplante de órgãos. Este ano, a luta é para assumir a antepenúltima colocação e ficar à frente de Mato Grosso e Acre. Mas ainda assim estaríamos abaixo do Estado vizinho de Sergipe. ### Estado é antepenúltimo em doações Para o coordenador da Central de Transplantes de Alagoas, médico Carlos Alexandre Ferreira, a situação de Alagoas é “ruim” no que se refere a transplantes e doações de órgão. Quando assumiu o cargo, no ano passado, o Estado era o último colocado em números gerais de transplantes. No levantamento parcial da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) dos seis primeiros meses de 2008, Alagoas ocupa a antepenúltima colocação. Esta na frente apenas de Mato Grosso e Acre. “A situação em Alagoas, no que se refere à doação e transplante de órgãos, é ruim, mesmo quando se compara com o Brasil. Na verdade, o Brasil em si já tem uma situação que não é boa”, diz Carlos Alexandre. ### Fígado lesionado e morte no Recife Além do coração, também foram aproveitados os rins, as córneas e o fígado da doadora que salvou a vida de João Batista. O fígado seguiu, na madrugada de segunda-feira, para ser transplantado em um paciente, no Recife, capital de Pernambuco. O órgão teria sido transportado em carro de passeio da Secretaria Estadual de Saúde para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Quando o órgão chegou à capital pernambucana, o procedimento cirúrgico já havia sido iniciado e o paciente estava na mesa de cirurgia, pronto para o transplante. ### 596 pessoas aguardam novo rim O presidente da Associação dos Renais Crônicos de Alagoas, José Wilton da Silva, afirma que além dos 596 pacientes que estão na fila de transplante de rins, outros 300 renais crônicos também buscam se cadastrar para se tornarem aptos a receber novo rim. “Pelos nossos levantamentos, em Alagoas existem mais de mil pessoas precisando de rins. Tem gente que espera por isso há quase trinta anos”, disse Wilton, que recebeu novo rim há seis anos. Segundo ele, enquanto a longa fila de transplantes não anda, vários doentes renais estão morrendo antes de ver o sonho do transplante realizado. “De cada dez pacientes que aguardam na fila, oito morrem nas sessões de hemodiálise”, diz. ### Aposentado se recupera de cirurgia O comerciário aposentado João Batista de Brito, de 62 anos, pode se considerar um homem de sorte, ainda mais agora que está de “coração novo” e se recupera bem na Santa Casa de Misericórdia, depois da bem-sucedida cirurgia de transplante. Sua espera pelo órgão durou apenas dois meses. Ele era o terceiro da fila de pacientes à espera de um coração. Mas como o transplante se dá pela compatibilidade do tipo de sangue, João Batista foi agraciado com o coraão de uma doadora, de 35 anos, morta em São Miguel dos Campos, vítima de um aneurisma cerebral. ///

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