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Nº 5905
Cidades

Pais lutam para reencontrar seus filhos

O sangue fala mais alto, diz a sabedoria popular, significando que os laços familiares jamais se desfazem ou são esquecidos. A situação vivenciada por pessoas como o comerciário Ronaldo Jorge dos Santos é uma prova disso. Mais de 11 anos sem uma única not

Por | Edição do dia 02/11/2008 - Matéria atualizada em 02/11/2008 às 00h00

O sangue fala mais alto, diz a sabedoria popular, significando que os laços familiares jamais se desfazem ou são esquecidos. A situação vivenciada por pessoas como o comerciário Ronaldo Jorge dos Santos é uma prova disso. Mais de 11 anos sem uma única notícia do filho, levado de Maceió pela própria mãe, ele descobriu, de forma trágica, onde Ronickson está. O rapaz, hoje com 21 anos, é irmão de Eloá Pimentel, a adolescente assassinada pelo ex-namorado, em Santo André (SP), crime que alcançou repercussão nacional. O chamado Caso Eloá revelou a localização de Ana Cristina Pimentel, a mãe de Ronickson, que havia saído de Alagoas em 1993. ### 82 crianças desapareceram este ano O presidente do Fórum dos Conselhos Tutelares de Alagoas, professor Edmilson Veras, revela que de janeiro a setembro deste ano foi registrado o desaparecimento de 82 crianças, na faixa de 0 a 17 anos. “É um número alto, considerando que estes foram os casos que tomamos conhecimento. E aqueles que não são notificados?”, indaga o professor e militante da causa de defesa dos direitos de crianças e adolescentes em Alagoas. O número de registros, que chegou a 159 em 2007, inclui os diversos tipos de desaparecimento. Por aqui meninos e meninas abandonam o lar por questões de sobrevivência. Vivendo em pobreza extrema, saem às ruas em busca de comida e passam anos sem dar notícia aos familiares. ### Ronaldo não quer punir sua ex-esposa Depois de localizar o filho, que viu pela última vez quando ele tinha 10 anos, o comerciário Ronaldo Jorge não cogita punição para a ex-mulher, Ana Cristina, que ficou conhecida em todo País como a mãe da estudante Eloá Pimentel. Para ele, a maior preocupação é retomar o contato com o filho e recuperar o tempo perdido em consequência do afastamento. “Acho que ela já está sendo punida com a morte da filha. É uma dor semelhante a que senti esses anos todos sem ver meu filho” – afirma Ronaldo Jorge, que reafirma a disposição de procurar Ronickson, hoje um rapaz de 21 anos, cadete da Marinha, para dizer que passou todos esses anos em busca de notícias. O pai revela que, após a separação, feita de forma tranqüila, consensual, manteve contato permanente com Ronickson, que chegou a morar em sua casa, no bairro Cruzeiro do Sul, no município de Rio Largo. Quando Ana Cristina conheceu Everaldo Pereira, Ana Cristina resolveu seguir com ele para São Paulo. ///

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