FRAUDE INSS
Mais de 9 mil aposentados e pensionistas procuram Correios em AL para apurar descontos indevidos
Movimento nas agências reflete preocupação com possíveis irregularidades em cobranças feitas por entidades associativas

Mais de 9 mil (9.531) aposentados e pensionistas do INSS já foram atendidos pelas agências dos Correios em Alagoas até esta quarta-feira (4), segundo dados divulgados pela assessoria da empresa no estado. Os atendimentos fazem parte da ação para apurar descontos indevidos realizados por entidades associativas diretamente nos contracheques dos beneficiários.
A movimentação intensa nas agências têm ocorrido desde que o serviço foi disponibilizado, e muitos dos atendidos alegam não terem autorizado as cobranças. A situação gerou alerta especialmente entre idosos, que buscam entender a origem dos descontos e, em muitos casos, solicitar o cancelamento.
A verificação é feita por meio do serviço "Não reconheço o desconto", criado em parceria entre os Correios e o Ministério da Previdência Social, com o objetivo de proteger os segurados do INSS contra práticas abusivas de associações e clubes de benefícios.
Dona Ivone, de 76 anos, disse que foi à agência logo no primeiro dia. Para ela, não houve desconto indevido. “Eu fui à agência verificar porque meus filhos me alertaram. Eu não entendo muito disso, então, quis saber se não fizeram nada errado com meu dinheiro e na agência me informaram que não. Então, está tudo bem, graças a Deus”.
Para ser atendido, o aposentado ou pensionista deve comparecer pessoalmente a uma agência dos Correios, munido de documento de identificação com foto e número do CPF. Após o registro da reclamação, o INSS e o Ministério da Previdência analisam o caso e podem determinar o bloqueio ou cancelamento dos descontos.
O alto número de atendimentos em Alagoas reforça a vulnerabilidade dos beneficiários da Previdência Social diante de cobranças muitas vezes realizadas sem autorização clara.
“Há muitos anos esses descontos estão sendo feitos na minha conta. Eles me roubaram. Agora vão ter que devolver”, afirma a pensionista Arlete Barros, de 68 anos.