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INVESTIGAÇÃO

Desaparecimento de crianças e adolescentes cresce 110% em AL

Ocorrências saltaram de 78 para 164; autoridades reforçam importância de agir nas primeiras horas

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Maria Clara Gomes da Silva sumiu em 2021
Maria Clara Gomes da Silva sumiu em 2021 | Foto: Reprodução

O número de crianças e adolescentes desaparecidos em Alagoas mais que dobrou nos últimos cinco anos. Dados do Ministério da Justiça mostram que os casos saltaram de 78, em 2020, para 164, em 2024, um aumento de 110%. Até abril deste ano, já foram registrados outros 68 desaparecimentos.

Entre os casos que seguem sem solução está o de Maria Clara Gomes da Silva, de cinco anos, desaparecida desde julho de 2021, no bairro do Vergel do Lago, em Maceió. A menina saiu para brincar com uma amiga e nunca mais voltou. Sua história representa o drama vivido por centenas de famílias alagoanas que ainda aguardam respostas.

Segundo a plataforma SINALID, 3.804 pessoas estão cadastradas como desaparecidas em Alagoas. Desse total, 2,82% são crianças de até 11 anos, e 31,18% adolescentes entre 12 e 17 anos.

REDE INTEGRADA

Para enfrentar o problema, o Estado conta com o Programa de Identificação e Localização de Pessoas Desaparecidas de Alagoas (Plid/AL), coordenado pelo Ministério Público Estadual, que reúne mais de 40 instituições, incluindo a Polícia Civil. A atuação do grupo vai desde a escuta das famílias e elaboração de cards de divulgação até a coleta de perfis genéticos para o Banco Nacional de DNA.

“A demora no registro do boletim de ocorrência é um obstáculo crucial. A busca imediata pode fazer a diferença, especialmente em casos que envolvem crianças”, explica a promotora de Justiça Marluce Falcão, coordenadora do Plid/AL.

De acordo com ela, o programa tem alcançado uma taxa de localização de 23,68% nas primeiras 72 horas após o desaparecimento. “Quem ainda não foi localizado permanece cadastrado na plataforma SINALID, com perfis genéticos incluídos no banco nacional, o que mantém as buscas ativas”.

INVESTIGAÇÃO ESPECIALIZADA

A Delegacia de Combate aos Crimes contra Criança e Adolescente (DCCCA) também adota protocolos específicos. Segundo a delegada Talita Aquino, com o registro e a autorização dos responsáveis, são produzidos cards com informações da criança ou adolescente para ampla divulgação nas redes sociais e na imprensa.

“A equipe coleta o máximo de dados com os familiares: último local em que foi visto, vestimentas, características físicas e uso de redes sociais ou celular. Em seguida, vamos até o local, buscamos testemunhas e imagens de câmeras. Quando há aparelho celular, tentamos rastrear”, explica a delegada.

Ela destaca que, embora os primeiros procedimentos sejam semelhantes para todas as faixas etárias, cada caso exige um olhar individualizado. “Não há grandes diferenças nas diligências iniciais, mas cada desaparecimento é único e precisa de atenção específica”.

PREVENÇÃO

A delegada Talita reforça que os pais e responsáveis devem manter atenção constante à rotina dos filhos. “É fundamental saber os horários das aulas, conhecer os amigos e, principalmente, monitorar o que consomem na internet. Muitos desaparecimentos ocorrem após interações com desconhecidos nas redes sociais”.

Sobre o caso de Maria Clara, a delegada confirmou que a investigação permanece em andamento.

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