JOGO DO TIGRINHO
MP denuncia Kel Ferreti e pede condenação de mais de 77 anos de prisão
Influenciador é apontado como líder de uma organização criminosa especializada em exploração de jogos de azar on-line e lavagem de dinheiro


O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) informou ontem que denunciou o influenciador digital e ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, por liderar uma organização criminosa envolvida com fraudes, jogos de azar on-line, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. A pena solicitada para ele é de 77 anos e cinco meses de reclusão.
A ação penal foi proposta no último dia 9 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) e é resultado da Operação Trapaça.
Segundo o MPAL, Ferreti promovia links de apostas e rifas manipuladas, ostentando uma vida de luxo nas redes sociais enquanto coordenava as atividades ilícitas. A investigação teve como ponto de partida o cassino virtual “Fortune Tiger”, conhecido como “jogo do tigrinho”, amplamente divulgado por influenciadores.
O grupo, composto por oito denunciados, realizava sorteios fraudulentos para favorecer membros da organização, enganando vítimas com falsas promessas de prêmios. As penas totais dos acusados podem somar 254 anos e sete meses de prisão.
“Essa prática, além de ilegal, reforça o caráter enganoso das atividades dos criminosos, que utilizavam a falsa promessa de prêmios para atrair vítimas e legitimar o esquema ilícito”, afirmou o promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter.
Entre os denunciados estão a esposa de Ferreti, que participava da divulgação dos jogos e rifas, o proprietário formal de veículos de luxo usados pelo influenciador e um sócio de uma das empresas investigadas.
A promotoria identificou o uso de “laranjas” para ocultar bens, como carros registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais, além de indícios de fraudes bancárias. As penas dos demais envolvidos podem totalizar 177 anos e dois meses de reclusão.
Condenação
Ferreti, que está preso desde dezembro de 2024, foi condenado em abril deste ano a 10 anos de reclusão, em regime fechado, por estupro contra uma enfermeira. A decisão, de primeira instância, ainda cabe recurso.