Com 423 casos em 5 meses, Alagoas reduz internações por SRAG; alerta segue

Alagoas registrou uma queda expressiva nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos primeiros cinco meses de 2025. Foram 423 casos entre janeiro e maio, contra 971 no mesmo período do ano passado — uma redução de 548 casos, o equivalente a 56%. Os dados são do Ministério da Saúde, compilados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Apesar do avanço positivo, o cenário ainda exige atenção. Segundo o mais recente boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Alagoas está entre os 21 estados brasileiros que apresentam nível de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com tendência de crescimento no longo prazo. A capital, Maceió, também aparece entre as 17 capitais com nível de atividade crescente da síndrome.

Entre os grupos mais impactados, estão crianças de 2 a 4 anos, com aumento contínuo nos registros em Maceió. Com a chegada do inverno, a circulação de vírus respiratórios tende a crescer, alerta o médico infectologista Fernando Maia. “Nesse período, as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados e mal ventilados, o que facilita a transmissão dos vírus por gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar”, explica.

A influenza, uma das doenças mais comuns entre os casos de SRAG, também apresentou queda significativa: foram 168 casos e 29 mortes em Alagoas entre janeiro e abril de 2024. No mesmo período deste ano, os números caíram para 15 casos e nenhum óbito.

Mesmo com a melhora, especialistas reforçam que a vacinação é a principal forma de prevenção contra as formas graves da doença. “A vacina não impede que a pessoa adoeça, mas evita que o quadro evolua para uma SRAG, que pode ser fatal”, diz Fernando Maia. Além da imunização, os cuidados de sempre continuam valendo: lavar bem as mãos, evitar aglomerações, usar máscara se estiver com sintomas e manter os ambientes ventilados.

Segundo dados divulgados pela Prefeitura de Maceió, foram registrados, até o momento, 299 casos de SRAG na capital em 2025. Desses, 80 foram causados por influenza, com dois óbitos; 55 por outros vírus respiratórios, sem registro de mortes; 95 não tiveram agente causador identificado, com seis mortes; 36 foram relacionados à Covid-19, com três óbitos; e 33 seguem em investigação, também sem mortes. Ao todo, foram 11 óbitos registrados oficialmente no município.