CAMPEONATO
Amanhecer no Sertão disputa Festival da TV Globo pela 5ª vez em Pernambuco
Com 23 anos e nascida no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, quadrilha conquistou o Forró e Folia


Pela quinta vez – sendo a terceira consecutiva –, a quadrilha Amanhecer no Sertão representará Alagoas no Festival de Quadrilhas Juninas da TV Globo, em Pernambuco. Neste ano, as apresentações ocorrem no Sesc Goiana, no município de Goiana, no dia 29 de junho, às 17h. Com o tema “Até que a morte nos separe”, a equipe alagoana abordará a violência doméstica, levando surpresas que prometem encantar ainda mais o público.
Com 23 anos de história e nascida no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, a Amanhecer no Sertão já conquistou o título do tradicional Forró e Folia, promovido pela Organização Arnon de Mello (OAM), por cinco vezes: em 2013, 2015, 2023, 2024 e 2025.
Em 2015, quando também participou da disputa regional em Pernambuco, a quadrilha ficou com o segundo lugar, perdendo o título por apenas um décimo.
Neste ano, a equipe conta com 168 integrantes – sendo 100 dançarinos e os demais distribuídos entre os setores de teatro, apoio e banda.
Para o presidente da Amanhecer no Sertão, Diogo Santos, as expectativas para a competição regional são as melhores. “A expectativa é que a gente realmente consiga pódio, porque a gente vem trabalhando muito, desde o ano passado, pensando nesse campeonato”, afirma.
Se em outros anos o grupo já se destacou por temáticas ligadas às artes e à inovação, em 2025, a quadrilha escolheu abordar uma pauta social sensível: a violência contra a mulher.
“A gente já vinha sentindo a necessidade de trazer uma temática social para mostrar em nosso arraial. Foi uma proposta trazida pelo nosso projetista e todo mundo abraçou de forma unânime. A gente quis trazer responsabilidade e misturar, através da arte, essa mensagem social, engajar na luta contra a violência à mulher e tentar alcançar o máximo de pessoas”, explica Diogo.
Esse mesmo enredo foi apresentado no Forró e Folia, realizado no último dia 21 de junho. Na ocasião, a Amanhecer no Sertão encenou a história de uma mulher presa em um relacionamento marcado pela violência.
A narrativa da coreografia reflete o ciclo da violência doméstica e culmina no rompimento desse ciclo.
Segundo a diretoria da quadrilha, a proposta foi transmitir sentimentos que representam a realidade de muitas vítimas: dor, medo, coragem e, por fim, a libertação – ou o florescer, como tratado simbolicamente no espetáculo.
“Quem assistiu, percebeu isso em várias partes da apresentação: nas expressões dos dançarinos, nos momentos em que os pares se afastavam ou se enfrentavam, nas pausas mais intensas que mostravam tensão. A dança e o teatro ajudaram a contar essa história de forma sensível, respeitosa e com muita emoção, levando o tema ao público com clareza”, afirma o presidente.
Apesar de manter o mesmo enredo na apresentação em Pernambuco, a quadrilha promete trazer novidades que enriquecerão o espetáculo.“Estamos preparando surpresas, incrementando os cenários para que a representação da luta seja ainda mais forte”, conclui Diogo Santos.