ALERTA
Criança de 4 anos morre com suspeita de meningite em Maceió
Criança residia no Benedito Bentes e deu entrada na UPA do bairro; SMS e Sesau acompanham o caso


Um menino de 4 anos morreu na madrugada de ontem, em Maceió, com suspeita de meningite. O caso é acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que aguardam os exames para confirmação da causa da morte.
Segundo familiares, Luiz Henrique estava brincando com amigos durante o dia, mas começou a apresentar febre à noite. Por volta da meia-noite, os pais o levaram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes, onde ele foi medicado e liberado. “Disseram que não era nada. Ele fez exame de sangue e urina e mandaram a gente pra casa dizendo que estava tudo bem”, relatou Luiz Pedro da Silva, pai da criança.
Com o agravamento do quadro, o menino foi levado novamente ao atendimento médico e acabou sendo encaminhado ao Hospital da Criança, onde faleceu poucas horas depois. A certidão de óbito indica “doença meningocócica respiratória”.
A família contesta o diagnóstico tardio e a conduta na primeira unidade de atendimento. “Como uma criança que, segundo os exames, não tinha nada, morre depois com meningite? Algo está errado”, questionou o pai em entrevista à TV Gazeta.
Em nota, a direção da UPA informou que a criança foi avaliada por profissionais da unidade, recebeu tratamento inicial e foi orientada a retornar caso os sintomas persistissem ou piorassem. Com o avanço do quadro clínico, o caso passou a ser tratado como suspeita de meningite e foi comunicado à Vigilância Epidemiológica da SMS.
A Prefeitura de Maceió afirmou que está adotando todas as medidas de prevenção e controle indicadas para esse tipo de situação, incluindo a profilaxia das pessoas que tiveram contato próximo com o menino. A Vigilância em Saúde segue monitorando o caso.
Já a Sesau informou que Luiz Henrique chegou em estado grave ao Hospital da Criança e que o óbito foi registrado pouco tempo depois. A secretaria aguarda o resultado dos exames laboratoriais para confirmar a infecção por meningite.
Alerta aceso
O caso reacendeu o alerta entre profissionais da saúde sobre a importância da vacinação. Neste ano, Maceió já registrou cinco casos confirmados de meningite, com duas mortes.
O presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, o médico pediatra Marcos Gonçalves, destaca que a forma meningocócica é a mais frequente e também a mais letal. "Entre os sorogrupos, o B é o que mais preocupa atualmente no Nordeste, mas essa vacina ainda não está disponível no SUS”, afirmou.
Gonçalves lembra que a meningite pode deixar sequelas graves, como surdez, paralisia, cegueira e atrasos no desenvolvimento. “A vacinação é a principal forma de proteção. A doença afeta as membranas que envolvem o cérebro, podendo causar sintomas neurológicos importantes, como rebaixamento do nível de consciência, vômitos, convulsões e coma”, alertou.
Segundo o especialista, os números começaram a crescer em 2023, e a tendência é de aumento com a chegada do período chuvoso. “Estamos em um momento crítico. É preciso que os pais fiquem atentos aos sinais e mantenham a carteira de vacinação das crianças atualizada.”