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LEVANTAMENTO

AL tem 15 cidades entre as mais afetadas pela desertificação no Brasil

Degradação ambiental severa compromete até 80% do território de municípios alagoanos Semarh anuncia atualização do plano estadual

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Município de Carneiros tem 80,4% de sua área comprometida
Município de Carneiros tem 80,4% de sua área comprometida | Foto: RICARDO LÊDO/ARQUIVO GA

Um levantamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) colocou Alagoas entre os estados com maior número de municípios afetados pela desertificação. Ao todo, 15 cidades alagoanas estão entre os 100 municípios brasileiros com maior percentual de território em degradação ambiental severa — classificados nas categorias 4 e 5, segundo critérios técnicos do órgão.

O município de Carneiros lidera o ranking estadual, com 80,4% de sua área comprometida. Em seguida, aparecem Olivença (79,05%), Craíbas (78,37%) e Minador do Negrão (76,49%). A situação afeta diretamente a produtividade do solo, compromete a agricultura de subsistência e ameaça a qualidade de vida das populações locais.

Completam a lista os municípios de Jaramataia, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Senador Rui Palmeira, Major Isidoro, Igaci, São José da Tapera, Cacimbinhas, Dois Riachos, Olho d’Água das Flores, Palestina, Ouro Branco e Monteirópolis — todos com índices superiores a 56% de território degradado.

AVANÇO SILENCIOSO

A desertificação já atinge cerca de 18% do território nacional, concentrando-se principalmente no Nordeste, onde vivem 39 milhões de brasileiros em áreas críticas. Entre 2000 e 2020, a área suscetível ao fenômeno aumentou em 170 mil km² — o equivalente à soma dos territórios de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

Estudo recente do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), publicado em maio de 2024, revela que 15% dos municípios alagoanos já apresentam quadros avançados de desertificação, com perda da capacidade de regeneração da vegetação e intensificação da escassez hídrica.

Entre os principais fatores que agravam o fenômeno estão o desmatamento, queimadas, uso inadequado do solo, escassez de chuvas e a alta taxa de evaporação, agravada pelas mudanças climáticas.

RESPOSTAS E ESTRATÉGIAS

Como resposta, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) prepara a atualização do Plano Estadual de Combate à Desertificação e à Seca (PAE/AL), prevista para o segundo semestre deste ano.

A pasta também tem implementado medidas emergenciais e estruturantes, como a instalação de cisternas, fossas agroecológicas, hortas comunitárias e barragens subterrâneas, 41 delas já construídas no Semiárido alagoano.

Em municípios mais afetados, como Carneiros e Craíbas, foram implantados microssistemas de abastecimento de água e dessalinizadores, com impacto direto na rotina das famílias rurais.

Essas iniciativas se alinham ao Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação (II PAB/BR), que será apresentado na COP 30, e ao Proades, programa federal coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.

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