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DENÚNCIA

Adolescente denuncia ataque racista em ponto de ônibus de Maceió

Mãe diz que filha foi atacada verbalmente por causa do cabelo e que não vai se calar diante da situação

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Ianna Vitória e sua mãe Gil Oliveira contam como tudo aconteceu
Ianna Vitória e sua mãe Gil Oliveira contam como tudo aconteceu | Foto: Reprodução

“Me identifico como uma pessoa negra e me sinto muito feliz por ser quem eu sou”. É assim que a Ianna Vitória, adolescente de 14 anos, se expressa após ter sido vítima de um episódio de racismo, denunciado ontem à GazetaNews por sua mãe Gil Oliveira. A situação ocorreu enquanto as duas esperavam um ônibus, no bairro do Clima Bom, em Maceió, no último dia 11.

Segundo o relato de Gil, o ataque racista foi cometido por um homem conhecido da família, que criticou o cabelo da adolescente e disse como ela deveria usá-lo.

“Estava no ponto de ônibus quando esse senhor apareceu já atacando, falando do cabelo dela, dizendo que não era para ela usá-lo daquela maneira, que o meu era melhor”, lembra, emocionada. “Ele repetiu isso várias vezes. Só aos poucos caiu a ficha de que se tratava de um ataque racista.”

Ianna afirma que, inicialmente, não reagiu por estar preocupada com questões da escola, mas depois, ao refletir sobre o que aconteceu, ficou profundamente abalada.

“No momento não consegui reagir, não parei para pensar… Mas depois, quando percebi, conversei com minha mãe e realmente aquilo me deixou abalada”, relata a adolescente.

Segundo Gil, o homem foi insistente e agressivo nas palavras: “Ele fez questão de repetir que não estava satisfeito com o cabelo dela, que ela deveria mudar ou amarrar.”

A mãe conta que o mais doloroso foi não conseguir impedir que a filha ouvisse tudo. “Eu não gravei porque meu foco era defender minha filha, impedir que ela ouvisse aquilo… mas infelizmente não consegui. [...] As palavras que ele usou foram: ‘Prende o cabelo, use como o da sua mãe’. Ele ditava o que ela deveria fazer com os cabelos dela.”

A família tornou o caso público nas redes sociais como forma de conscientizar outros pais.

Apesar da dor, Ianna reafirma sua identidade com convicção: “Me identifico como uma pessoa negra e me sinto muito feliz por ser quem sou. Meu cabelo faz parte da minha personalidade. Nunca pensei em alisar.”

A mãe reforça que não vai se calar: “O que tenho neste momento é força e coragem. E sou mãe. E quando você é mãe, vira um leão."

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