INVESTIGAÇÕES
Fraude contra idosos: ação nacional cumpre mandados em Alagoas
Operação mira organização criminosa suspeita de aplicar golpes em pessoas em situação de vulnerabilidade

Uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes em idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade foi alvo da operação nacional Entre Lobos, deflagrada ontem pelo Ministério Público de Santa Catarina. Em Alagoas, mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos com apoio de equipes locais.
A investigação identificou um esquema de estelionato e lavagem de dinheiro que utilizava empresas de fachada para induzir aposentados a assinar contratos de cessão de créditos judiciais, muitas vezes sem compreenderem o conteúdo ou as consequências dos documentos.
Ao todo, foram expedidos 13 mandados de prisão, sendo oito preventivos e cinco temporários. e 35 de busca e apreensão em municípios de cinco estados: Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Também foram apreendidos 25 veículos e bloqueadas 16 contas bancárias, com valores que podem chegar a R$ 32 milhões.
Em Alagoas, a operação contou com o suporte da Seção de Crimes de Informática do Instituto de Criminalística de Maceió (ICM), em parceria com o Núcleo de Gestão da Informação do Ministério Público Estadual (MPAL). A equipe local, composta pelo perito criminal Flaudizio Barbosa, o auxiliar de perícia Tiago Abreu e o motorista José Cabral, foi responsável por coletar e analisar arquivos digitais nos alvos da ação. O material será examinado pelo Gaeco de Santa Catarina.
As investigações apontam que idosos, com média de 69 anos, eram induzidos a ceder créditos judiciais em troca de promessas de ganhos financeiros. No entanto, após a liberação dos valores pela Justiça, recebiam apenas uma pequena fração — entre 1% e 3% — enquanto mais de 90% dos recursos eram desviados pelo grupo criminoso. O esquema utilizava duas empresas como fachada e contava com a participação de um escritório de advocacia ligado ao líder da quadrilha. Também foram identificados documentos que comprovam a transferência irregular de poderes entre os envolvidos, reforçando a estrutura organizada da fraude.