População volta a ocupar praças como espaços de convívio e inclusão

Em qualquer lugar do passado, nas nossas memórias, é possível recordar momentos vividos numa praça. Daquelas arborizadas, cheia de crianças, idosos, brincadeiras e encontros. Quantas histórias foram vividas nesses espaços públicos, às vezes pertinho de casa, onde amigos, parentes e estranhos se misturavam?

Na cidade de Maceió, esses pontos têm reunido cada vez mais pessoas e desempenham um papel social importante: de convívio, lazer, inclusão e qualidade de vida. Silvana Reis é moradora da capital alagoana e costuma frequentar a praça que fica no Corredor Vera Arruda, na Jatiúca.

“Organizamos eventos como festas juninas, como aconteceu este ano, além de piqueniques, e reunimos os nossos filhos que estudam aqui perto também. Temos um grupo de 10 mães que frequentam a praça”, conta Silvana.

A professora Clarice Agudo Menezes resolveu proporcionar um aniversário diferente para o filho Miguel, que fez 4 anos em março deste ano. Para isso, escolheu comemorar na praça Santa Ana, na Serraria, parte alta de Maceió, um local que sua família já conhece bem.

Dentre os pontos positivos de realizar a festa do filho no espaço, Clarice cita o custo zero, comparado ao que é gasto em casas especializadas, o fato de ser um ambiente aberto e arborizado, além do parquinho disponível.

“A ideia surgiu porque já havíamos ido a uma festa na praça anteriormente. Nós gostaríamos de fazer algo divertido e que o nosso filho pudesse aproveitar bastante. Como já frequentamos a praça e conhecemos a estrutura do lugar, resolvemos fazer lá também”, conta Clarice.

ESPAÇOS DE SOCIALIZAÇÃO

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU/AL), Geraldo Majela Faria, afirma que praças ou parques são locais lúdicos de socialização no tempo livre. “Esses ambientes cumprem esse papel quando frequentados efetiva e prazerosamente, mesmo que apenas como trechos de um cruzar cotidiano”, diz.

Segundo Faria, quando esses locais acolhem a invenção e o improviso criativo, tornam-se lugares de cultura e referência urbana, seja para a vizinhança ou para a cidade como um todo. Ele considera esses aspectos fundamentais para avaliar a qualidade das praças e a gestão pública sobre elas.

“Nos espaços públicos e privados, o Conselho fiscaliza se os projetos de reforma desses ambientes estão sendo executados por profissionais habilitados e qualificados. A responsabilidade pela qualidade é dos autores dos projetos”, afirma o presidente do CAU/AL.

Entre os itens essenciais, Faria destaca rampas para cadeirantes, pisos regulares e antiderrapantes, brinquedos e bancos seguros e acessíveis para todas as idades.

OBRAS

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), desde 2021 já foram entregues cerca de 60 espaços de lazer em Maceió. Atualmente, mais de 20 praças seguem com obras em andamento em bairros como Benedito Bentes, Cidade Universitária e Fernão Velho.