Falta de recursos ameaça abrigo com 2 mil cães em Marechal Deodoro

Nesta quinta-feira (31) é celebrado o Dia Nacional do Vira-Lata, data que incentiva a adoção de cães e gatos sem raça definida (SRD). Apesar de o abandono ser crime, muitos desses animais acabam nas ruas e, sem terem para onde ir, são levados para abrigos. No entanto, muitos desses locais enfrentam dificuldades financeiras para se manter.

Um exemplo é uma chácara em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió, onde vivem mais de 2 mil cães. A maioria foi resgatada das ruas ou era vítima de maus-tratos. Eles são acolhidos no abrigo São Cão, que existe há 14 anos e corre o risco de fechar caso não receba ajuda financeira, já que depende de recursos para continuar os resgates.

Antônio Anastácio, proprietário do abrigo, explica que as despesas são altas e, há algum tempo, as contas não fecham. “As dívidas acumulam. São rações para os animais, pagamento de funcionários, material de limpeza, remédios e outras despesas de um abrigo desse porte”, relata.

O espaço sobrevive de doações, mas o que chega não é suficiente para cobrir nem o básico. Sobre a superlotação, Anastácio afirma que o abrigo promove feiras de adoção, mas o interesse da população diminuiu.

“Também há cachorros que são deixados aqui, e não podemos nos negar a cuidar. Como não têm sido adotados, mesmo em várias feiras que realizamos, a quantidade de animais só aumenta”, lamenta.

Mineiro, Antônio se dedica aos animais desde que se mudou para Alagoas. Ele já vendeu diversos bens para manter o abrigo, que antes funcionava em Maceió e, há quatro anos, foi transferido para a chácara em Marechal Deodoro. Apesar dos esforços, os gastos chegam a mais de R$ 2 mil por dia, valor que ele não consegue cobrir.

“Essa é a missão da minha vida, e vou continuar fazendo até morrer”, afirma.

O proprietário pede ajuda de quem puder colaborar, seja com ração, produtos de limpeza e higiene, ou com doações em dinheiro. Interessados podem entrar em contato pelo telefone (82) 99696-3939.