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Nº 5898
Cidades

Grupo dissemina id�ias de Carecas do Brasil

Uma cena chamou a atenção de quem foi ao Estádio Rei Pelé, na melancólica despedida do CRB da 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro, no último sábado, dia 29. No alto das grandes arquibancadas, dois homens, postura incisiva, tatuagens pelo corpo e expressão

Por | Edição do dia 07/12/2008 - Matéria atualizada em 07/12/2008 às 00h00

Uma cena chamou a atenção de quem foi ao Estádio Rei Pelé, na melancólica despedida do CRB da 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro, no último sábado, dia 29. No alto das grandes arquibancadas, dois homens, postura incisiva, tatuagens pelo corpo e expressão de poucos amigos, demarcavam território. Abaixo deles, uma “bandeira” negra mandava um recado para mídia: “Imprensa mentirosa. Não somos racistas”. A frase é assinada pelos Carecas de Alagoas, o braço alagoano dos Carecas do Brasil, cujos membros estão espalhados por todo o País. Trata-se de um grupo que afirma ter como base o nacionalismo e o patriotismo. Mas na crônica policial nacional, eles ficaram famosos pela violência e pelos ataques de fúria, principalmente contra homossexuais. ### Vestimenta tem suspensório e coturno O tradicional suspensório, os coturnos de cadarços brancos, as tatuagens e a indefectível “careca” não deixaram dúvidas. Foi fácil e rápido localizar o líder dos Carecas de Alagoas, na noite de quinta-feira, na Praça do Centenário, em Maceió. Acompanhado da namorada, que também faz parte do grupo, “32” explicou o porquê do codinome. “O 3 significa a terceira letra do alfabeto, o ‘C’. O 2, a segunda letra, o ‘B’. Então, CB, Carecas do Brasil”. Simpático e atencioso com a reportagem, “32” conta que atualmente o grupo é formado por seis pessoas, quase todos estudantes universitários. “Além dos seis, também temos três pessoas que estão em fase de aprendizagem para entrar no grupo”, diz ele. ### “Perseguição existe no Brasil inteiro” Quando o assunto é homossexualismo, os Carecas de Alagoas são ainda mais radicais. “A perseguição aos homossexuais existe no Brasil inteiro, independente dos Carecas. A diferença é que assumimos a nossa postura, diferente da maioria das pessoas”, afirma o líder do grupo. Segundo ele, isso não quer dizer que o movimento persegue a violência contra os homossexuais. No dia 6 de fevereiro de 2000, na Praça da República, em São Paulo, o adestrador de cães Edson Néris da Silva foi espancado até a morte por um grupo de 18 Carecas. Ele e o namorado haviam saído de um bar e andava de mãos dadas pela praça quando foram cercados. /// No alto das arquibancadas, homens demarcavam território com faixas dos Carecas de Alagoas. Foto: Robson Lima

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