Projetos para beneficiar mel emperram
Maragogi Os apicultores da região Norte do Estado estima-se que sejam aproximadamente 600 convivem com um gosto amargo na boca. O dissabor é gerado ao verem que o projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para construção de três unidade
Por | Edição do dia 07/12/2008 - Matéria atualizada em 07/12/2008 às 00h00
Maragogi Os apicultores da região Norte do Estado estima-se que sejam aproximadamente 600 convivem com um gosto amargo na boca. O dissabor é gerado ao verem que o projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para construção de três unidades de beneficiamento de mel silvestre em Porto Calvo, Matriz do Camaragibe e Maragogi não sai do papel. Verba pública não falta, mas picuinhas políticas, burocracia governamental e a desorganização administrativa desses municípios podem fazer com que os recursos, provenientes do programa Território da Cidadania, sejam devolvidos ao governo federal. Antes esperançosos com o doce sonho de verem o produto beneficiado dentro dos padrões de qualidade exigidos e com comercialização garantida, os apicultores de Porto Calvo agora provam do amargor da realidade. Mesmo com recursos da ordem de R$ 99.441,00 garantidos desde 2007 pelo governo federal, a Casa do Mel continua inacabada. ### Desorganização prejudica andamento dos negócios Mensalmente são produzidos de seis a oito mil quilos de mel de abelhas africanizadas, também conhecidas como italianas, além de sete quilos de própolis vermelha. Para o apicultor Isaías, a Casa do Mel seria a redenção da atividade na região Norte do Estado. Vendemos nosso produto ainda de forma artesanal, sem rótulo e sem certificação, diz o apicultor Isaías dos Santos. De forma organizada cada uma tem uma função dentro daquele universo as abelhas constroem, cooperativamente, a colméia para morar e produzir o mel. Os homens, no entanto, parecem não entender o exemplo simples que vem da natureza. Integrantes da Associação dos Apicultores de Porto Calvo (AAPC) acusam o prefeito municipal, Carlos Eurico Leão e Lima (PMDB), o Kaika, de incentivar a criação de uma associação paralela e tumultuar o processo para a construção da Casa do Mel. ### Eleição e pendências atrasam programa Maragogi O articulador do programa Territórios da Cidadania, Orlando Morais, esclareceu que o projeto de construção da Casa do Mel não vai beneficiar exclusivamente a AAPC, mas sim, todos os apicultores dos 12 municípios que fazem parte do programa Territórios da Cidadania do Litoral Norte de Alagoas. Trata-se de um projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), um dos eixos temáticos do programa Territórios da Cidadania. O colegiado territorial, através da câmara temática, é quem definirá a comissão gestora da Casa do Mel, informou Morais. O articulador do programa Territórios da Cidadania disse que um somatório de fatores contribui para que o projeto de instalação da Casa do Mel não se consolide. ### Burocracia trava avanço do setor Para a Secretaria Municipal de Agricultura de Maragogi o projeto não avança por culpa da burocracia imposta pela Caixa Econômica Federal (CEF) à liberação dos recursos. Neste município, a unidade beneficiadora de mel atenderá apicultores de seis assentamentos da reforma agrária. A secretaria garantiu ainda que as pendências documentais essenciais à formalização do convênio com o MDA foram sanadas pelo município. Segundo o ex-secretário de Agricultura de Maragogi, Jeté Barros, que entregou o cargo recentemente, a construção da unidade beneficiadora deve ser iniciada até o fim do mês e ficará no assentamento Massangana. De acordo com ele, o processo licitatório já foi aberto e a licença ambiental concedida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas. ///