ABANDONO
Emaranhado de fios em postes prejudica bairros de Maceió
Operadoras são responsáveis pela organização e retirada de cabos soltos ou irregulares
O empresário Danilo Lessa, 42 anos, teme acidentes na frente de seu estabelecimento, no bairro do Poço, em Maceió. “Esses fios pendurados são um perigo constante. Já vi cabo caído quase tocando o chão, bem na frente da loja. Ninguém sabe se é de energia ou internet. Isso coloca clientes, funcionários e pedestres em risco. É uma tragédia anunciada se nada for feito”, alerta.
Além do perigo, o emaranhado de cabos compromete a estética urbana. “O Poço é um bairro tradicional e bonito, mas ninguém consegue olhar para cima sem ver aquela bagunça. Fica feio, desvaloriza e afasta turistas e investimentos”, lamenta o comerciante.
Segundo Fábio Fonseca, consultor da Equatorial Alagoas, cabe às operadoras organizar e remover cabos inservíveis. “Há riscos sérios porque alguns fios ficam na altura da cabeça dos pedestres e podem estar energizados. Também já tivemos postes incendiados ou quebrados pelo excesso de cabos, afetando o fornecimento de energia”, explica, ao destacar que há um trabalho de fiscalização em curso nas ruas.
Fábio acrescenta que há ainda casos de sobrecarga na rede elétrica, o que acaba penalizando os consumidores. “Nós temos, sim, um grande número de postes incendiados. Muitas vezes, até o poste quebra por esforço muito maior do que suportaria, em função de cabos clandestinos e irregulares. Isso gera um problema na rede elétrica e muitos clientes ficam sem energia por causa do excesso de fios nos postes”, finaliza o consultor.
PROJETOS E AÇÕES
Para reduzir o acúmulo de cabos em Maceió, algumas medidas já estão em andamento. Em março, o vereador Thiago Prado apresentou um projeto de lei que prevê multa para empresas que não removerem fios inutilizados em até dez dias após notificação; a proposta ainda não foi votada.
Em junho, a Ilumina lançou o projeto Rede Limpa, que já retirou 40 toneladas de cabeamentos inativos entre Pajuçara e Jacarecica e seguirá por oito meses.
No mesmo mês, a Assembleia Legislativa aprovou o PL 1128/2024, de autoria do deputado Delegado Leonam, que obriga concessionárias a notificar operadoras para remover fios e permite a retirada com cobrança de custos em caso de descumprimento.