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CONEXÕES

Professores ampliam horizontes com intercâmbio na Inglaterra

Cinco docentes acompanham alunos da rede estadual no país europeu e relatam suas experiências

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A presença desses professores eleva o programa a outro patamar.
A presença desses professores eleva o programa a outro patamar. | Foto: Alexandre Teixeira / Ascom Seduc

Alagoas está se conectando com o mundo por meio dos seus estudantes, mas também de seus professores. No programa Daqui pra o Mundo, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc), além dos 100 alunos da rede pública que vivenciam a rotina de escolas britânicas, cinco professores atuam como monitores e representantes da educação alagoana na Inglaterra.

Os monitores são Ariane Ferro, de Palmeira dos Índios (Canterbury); Emmily Morais, de Maceió (Oxford); Simon Sena, de Maceió (Worthing); Mariana Loureiro, de Maceió (Brighton); e Isaac Ismerim, de Arapiraca (Bournemouth).


A presença desses professores eleva o programa a outro patamar. Eles garantem o suporte e o bem-estar dos estudantes e, ao mesmo tempo, vivenciam uma imersão cultural e pedagógica que os capacita ainda mais para o retorno às salas de aula em Alagoas.


Cada docente é responsável por um grupo de 20 alunos, com atividades que vão além da supervisão: também são alunos, participando de aulas de inglês e observando metodologias de ensino locais.

DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS PARA O MUNDO

Ariane Ferro, professora de inglês da Escola Estadual José Victorino da Rocha, encara o programa como uma extensão de sua própria trajetória. “O nome Daqui pra o Mundo sempre foi o meu lema. Eu sempre fui do meu lugar para o mundo, para aprender e trazer coisas para a realidade à qual pertenço”, diz.

Para ela,a experiência tem sido transformadora. “É impossível esvaziar o conhecimento. Está sendo muito bom aperfeiçoar a pronúncia, o vocabulário e aprender metodologias novas. Com certeza, estarei mais capacitada para fazer meu trabalho”, afirma.

O PROFESSOR QUE INSPIRA E APRENDE

Simon Sena, que leciona há seis anos nas Escolas Estaduais Professora Margarez Lacet e Padre Cabral, em Maceió, também compartilha o entusiasmo com a oportunidade. Com graduação em Letras-Inglês e mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ele destaca os ganhos profissionais e pessoais. “Tem sido muito enriquecedor para minha formação. Estar sempre à disposição dos alunos me ajudou a desenvolver empatia, solidariedade, organização e habilidades de liderança”, pontua.

Para Simon, ver jovens da redepública vivenciando essa experiência é motivo de orgulho e inspiração. “Eles vão motivar outros estudantes a acreditarem nos estudos”, afirma.

NOVOS HORIZONTES

Em Oxford, a professora Emmily Morais, da Escola Estadual Professor Virginio de Campos, destaca o impacto da vivência internacional. “Os alunos têm a chance de vivenciar novas realidades e isso amplia muito a visão deles”, diz.


Professora de inglês há oito anos, ela ressalta que acompanhar de perto os docentes britânicos permite compreender como diferentes estratégias funcionam com alunos de diversas nacionalidades.

Uma das práticas que mais a marcou foram as task-based lessons, que estimulam o uso do inglês em situações reais. “Também me impressiona como a educação está presente no cotidiano das pessoas, nos gestos, no respeito mútuo. É algo que extrapola a sala de aula”, comenta.

O DESAFIO DA ADAPTAÇÃO

Para o professor Isaac Ismerim, de Arapiraca, a experiência reforçou seu papel como agente de transformação. “Percebi o quanto o professor pode abrir caminhos para novas perspectivas de futuro”, afirma. Ele conta que os primeiros dias foram desafiadores, com alunos enfrentando saudades de casa e dificuldades com a nova rotina. “Mas tudo isso nos fortalece como líderes e educadores”, avalia.

Isaac destaca o uso de metodologias inovadoras, como o ensino colaborativo com apoio de ferramentas digitais e até inteligência artificial. “Planejo aplicar isso nas minhas aulas em Alagoas”, adianta.

UMA REDE QUE SE FORTALECE

Para o Governador Paulo Dantas, o envio de professores ao exterior é um investimento no capital humano da educação pública. “Eles são a espinha dorsal do nosso ensino. Ao voltarem, trarão uma bagagem pedagógica e cultural que vai reverberar por toda arede”, afirmou.

A secretária de Educação, Roseane Vasconcelos, reforça: “O professor é o principal agente de transformação social. Quando oferecemos oportunidades como essa, fortalecemos toda a comunidade escolar”.

O QUE TRAZEM DE VOLTA

Lidar com 20 adolescentes, cada um com suas particularidades, tem sido um desafio citado por todos os professores. “Cada estudante vive suas próprias situações, o que exige bastante atenção”, conta Emmily. Já Ariane diz que a convivência estreita com os alunos e os britânicos desfez uma imagem inicial de frieza.

“Achei esse lugar muito encantador, com pessoas muito afetuosas”, revela. Entre os relatos mais marcantes, estão pequenos gestos e descobertas cotidianas. “É emocionante ver um aluno começar a tocar piano na biblioteca e outro se aproximar para aprender com ele”, conta Emmily.

“Ver o brilho nos olhos deles ao fazerem algo pela primeira vez, viajar de avião, ver o mar, ir a um oceanário, é recompensador”, complementa Isaac.

Todos planejam compartilhar suas vivências com colegas e estudantes quando voltarem. Para eles, o intercâmbio vai além da fluência no idioma: fortalece a visão de mundo e transforma a educação alagoana de dentro para fora.

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