IMUNIZAÇÃO
Índice de vacinação BCG cai municípios acende alerta no Estado
Cobertura em 29 municípios está abaixo do estabelecido pelo Ministério da Saúde


Dados do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) mostram que 29 municípios de Alagoas registraram, em 2025, cobertura vacinal contra a BCG abaixo dos 90% recomendados pelo Ministério da Saúde. Em um deles, o índice não chega sequer a 50%.
No Estado, a taxa atual é de 96,53%, percentual inferior ao observado em 2024 e 2023, quando a cobertura ultrapassava os 100%. No recorte por região, Alagoas ocupa a terceira posição em maior alcance, atrás apenas do Ceará e de Sergipe.
A vacina BCG é aplicada logo após o nascimento e tem como principal objetivo proteger contra as formas graves da tuberculose, especialmente a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar, que acometem crianças pequenas e apresentam alto risco de morte ou de deixar sequelas permanentes.
A queda acende um alerta para o risco de aumento nos casos graves da doença, que pode provocar complicações sérias, além de deixar crianças não imunizadas expostas a uma maior disseminação da bactéria.
Além dos riscos diretos à saúde, a baixa cobertura pressiona o sistema público. Com o avanço da tuberculose em localidades mais vulneráveis, cresce a procura por hospitais e postos de atendimento, sobrecarregando os serviços que poderiam ser poupados com medidas preventivas.
Entre os municípios, Jacuípe apresenta o pior desempenho, com apenas 41,67% de cobertura, menos da metade da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Logo depois aparece Roteiro, com 50%. Outros oito municípios estão na faixa dos 60%, mais oito na casa dos 70% e outros 11 nos 80%, todos aquém do índice mínimo exigido para garantir segurança básica contra a disseminação da tuberculose.
Segundo a enfermeira do Programa Nacional de Imunização em Alagoas (PNI/AL), Everly Menezes, a BCG também é indicada para pessoas que convivem diretamente com pacientes diagnosticados com hanseníase, mesmo que não apresentem sinais da enfermidade.
“Embora não seja específica para prevenir a hanseníase, o Ministério da Saúde a recomenda para contatos domiciliares de pacientes, pois estudos demonstram que ela reduz a morbidade e a gravidade do quadro, caso ele venha a se manifestar”, acrescenta.