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RISCO À SAÚDE

Restaurantes interditados em Maceió tinham fezes, esgoto e roedores

Dados parciais apontam que 330 estabelecimentos foram alvos; 62 autuados e 17 interditados

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Dependendo da situação encontrada durante a fiscalização, o estabelecimento é interditado pela Visa
Dependendo da situação encontrada durante a fiscalização, o estabelecimento é interditado pela Visa | Foto: Ascom Vigilância Sanitária

Fezes humanas, roedores, insetos e esgoto em área de manipulação de alimentos. É difícil imaginar, mas essa sequência de irregularidades graves foi encontrada dentro de restaurantes da capital alagoana pela Vigilância Sanitária de Maceió (Visa), que não teve alternativa senão interditar os estabelecimentos.

Segundo Airton Santos, chefe da Visa, os principais problemas identificados e as autuações aplicadas aos restaurantes em Maceió se devem à ausência de boas práticas de manipulação de alimentos, à atuação de preparadores sem os equipamentos de proteção adequados, à estrutura física comprometida e a falhas no armazenamento dos produtos.

Constatadas as anormalidades, o estabelecimento é autuado e pode ser interditado, dependendo da situação encontrada e dos ajustes realizados pelos responsáveis.

No ano passado, 470 restaurantes foram fiscalizados na capital. Desse total, 98 foram autuados e 32 interditados. Já os dados parciais de 2025 apontam que 330 estabelecimentos foram inspecionados pela Vigilância Sanitária; 62 autuados e 17 interditados nos bairros Serraria, Barro Duro, Levada, Jatiúca, Tabuleiro e Ponta da Terra.

“O impacto dessas medidas na segurança alimentar é muito positivo, pois trabalhamos diariamente para promover e proteger a saúde de todos. Quando eliminamos o risco existente, estamos evitando possíveis danos à saúde pública, atuando na prevenção”, destaca Airton Santos.

O chefe da Visa reforça que o principal fiscal é o próprio consumidor, que frequenta os estabelecimentos diariamente e precisa observar se o local está bem higienizado e possui alvará sanitário.

ABRASEL APOIA FISCALIZAÇÃO

“A Vigilância tem feito o trabalho dela e, dentro das suas atuações, está claro o trabalho de fiscalização, que deve ser feito de forma ampla e irrestrita para todos os estabelecimentos. A Abrasel orienta que seus associados cumpram com o dever de higiene e sanitário, e que estejam sempre em ordem com seus manuais de boas práticas”, avalia Marcus Batalha, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel/AL).

O empresário acrescenta que a entidade orienta os donos de restaurantes a respeitarem a legislação e seguirem os padrões estabelecidos.

“E, claro, quando se verificar algum tipo de irregularidade dentro desses estabelecimentos, pedimos que a vigilância oriente os empresários para que resolvam esses problemas, a fim de que consigam prestar um serviço de qualidade para os seus clientes e para toda a sociedade”, completa o presidente da Abrasel.

CLIENTES DEVEM FICAR ATENTOS

A nutricionista Rosemary Vital, inspetora sanitária da Gerência da Vigilância Sanitária Estadual da Secretaria de Estado da Saúde, aconselha que, ao identificar um local insalubre, o cliente não consuma o alimento e denuncie às autoridades sanitárias para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

“O primeiro aspecto a ser observado é a presença do alvará sanitário, que deve ficar fixado em local visível ao consumidor. Esse documento no estabelecimento indica que a Vigilância esteve no local e constatou que ele está dentro das exigências e adotando boas práticas”, explica a nutricionista.

Ela cita ainda que devem ser observadas a estrutura física, a qualidade da água e as condições higiênicas dos manipuladores de alimentos, assim como a temperatura adequada dos produtos, tanto no acondicionamento quanto na exposição.

A nutricionista alerta sobre os riscos de consumir alimentos em locais com condições precárias. “O que pode ocorrer é uma DTA (Doença Transmitida por Alimento) ou DVA (Doença Veiculada por Alimento), que apresentam os seguintes sintomas: diarreia, dor de cabeça, febre, vômito, dores abdominais, podendo até levar ao óbito ou deixar sequelas para o resto da vida”, conclui.

CASOS RECENTES

Em 1º de setembro deste ano, a Vigilância Sanitária de Maceió interditou, após denúncias, um restaurante que vendia sushi no bairro da Serraria. O local apresentava condições insalubres durante a fiscalização. Entre os problemas estavam equipamentos e utensílios inadequados, além da refrigeração dos alimentos fora da temperatura padrão adotada pelos órgãos sanitários.

Para se adequar à legislação sanitária, foi determinado um prazo de 90 dias. A empresa foi autuada e responde a um processo administrativo, cuja pena pode incluir multa entre R$ 180 e R$ 38 mil, caso reincida nas infrações.

No dia seguinte ao caso registrado na Serraria, a Visa interditou outro estabelecimento de comida japonesa, desta vez no bairro Barro Duro, que funcionava em desacordo com as normas sanitárias e com as boas práticas de manipulação de alimentos.

Durante a inspeção, foram encontradas paredes mofadas na área de preparação e baratas no ambiente. A equipe de fiscalização também constatou que o restaurante não possuía certificado de controle de pragas, e os funcionários não utilizavam equipamentos de proteção individual.

COMO DENUNCIAR

“Nós trabalhamos em parceria com os comerciantes e empresários de Maceió, mas, a partir do momento em que encontramos uma situação iminente de risco sanitário, notificamos, multamos e, conforme a gravidade das inconformidades, interditamos, para que o proprietário do estabelecimento tenha mais tempo para se adequar às normas”, disse Airton Santos.

O chefe da Vigilância Sanitária alerta que a área de alimentos exige atenção redobrada das equipes, principalmente quanto à higienização dos ambientes e à correta manipulação e armazenamento de produtos perecíveis, garantindo a segurança alimentar dos consumidores. Qualquer irregularidade pode ser denunciada pelos canais da Visa, por meio do telefone (82) 3312-5495 ou do WhatsApp (82) 98752-2000.

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