SAÚDE
MPF cobra medidas contra avanço da meningite B em AL
Ação acontece após encontro com representantes do MS, que estiveram em Maceió para discutir o nº de casos da doença


O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas informou ontem que, após reunião realizada em Maceió com representantes do Ministério da Saúde (MS), cobrará medidas concretas do poder público para enfrentar o avanço da meningite do tipo B no Estado.
O encontro teve como foco a persistência dos casos da doença em patamar superior à média nacional pelo terceiro ano consecutivo. Participaram da reunião o procurador regional dos direitos do cidadão em Alagoas, Bruno Lamenha; o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, Éder Gatti Fernandes; o diretor da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabeli; além de técnicos da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis.
Segundo os representantes do Ministério da Saúde, a realidade encontrada em 2025 apresenta avanços em relação aos anos anteriores, com maior preparo das equipes técnicas e de gestão. No entanto, o cenário ainda exige atenção redobrada. A persistência dos casos reforça a necessidade de medidas estruturadas, como a descentralização das ações de profilaxia, a definição de protocolos de sepse e a elaboração de um plano de contingência.
Apesar da gravidade, o MS afirmou que não há previsão de incorporação da vacina contra meningite B ao calendário nacional do SUS. De acordo com os técnicos, a inclusão exigiria cobertura em todo o território nacional e negociação com a indústria farmacêutica para garantir preços acessíveis.
Mesmo sem a vacina, o Ministério da Saúde destacou avanços locais, como o maior engajamento dos profissionais, a realização de oficinas de lições aprendidas e a presença mais efetiva dos gestores ao lado das equipes técnicas — fatores considerados fundamentais para acelerar decisões e respostas diante dos casos.
Para o procurador Bruno Lamenha, a situação continua preocupante e exige prioridade absoluta do poder público. “São os bebês, em situação de vulnerabilidade, as principais vítimas. Essas famílias já são privadas de direitos e de acesso à saúde de qualidade. O poder público não pode fugir de sua responsabilidade. Esses bebês precisam de proteção”, alertou.