Chegando o verão cresce consideravelmente o número de alunos nas academias de ginástica. As salas de musculação ficam lotadas. Adolescentes e jovens se esmeram nos exercícios, dispostos a conseguir um corpo sarado no menor tempo possível. Mas por trás de tudo isso há um risco cada vez maior, e do qual poucos se dão conta: o crescimento dos casos de lesões musculares. A causa: o treino errado a que muitos alunos são submetidos, muitas vezes pela orientação que recebem de “professores” não qualificados. Estima-se que no Brasil existam 10 mil academias, incluindo as informais. ### Só 20 estabelecimentos registrados A solução foi recorrer ao Ministério Público Estadual, onde estão sendo denunciadas as academias que não têm registro no Conselho. Mas a ação do Cref12 não tem sido suficiente para evitar que de ponta a ponta da cidade surjam academias, que têm na musculação um de seus principais atrativos. Do total de academias que conseguiu registrar, o Cref fiscalizou cerca de 80 e na maioria delas identificou irregularidades diversas. Das 115, apenas 20 tinham registro no Conselho de Educação Física. “Orientamos que além do registro comercial, a academia e os profissionais que vão contratar obrigatoriamente têm que estar registrados aqui”, esclarece o representante da seccional, Ederaldo Silva Feitosa. ### Professor alerta para importância de qualificação Sem qualificação e muitas vezes sem acompanhar a evolução dos procedimentos, muitos professores não sabem identificar sinais de doenças nem a má postura nos aparelhos. Em decorrência, o praticante dos exercícios, que passa horas nas academias, em muitos casos mesmo sentindo dores, não é orientado que uma lesão em qualquer parte do corpo pode se tornar crônica. “Sem um profissional qualificado e capacitado, ao contrário de cintura de pilão e barriga de tanquinho, se adquire mesmo contusões, dores”, alerta o professor Alberlan Almeida, personal trainer de uma renomada academia do Stella Maris. Ele é responsável pelo treinamento do rapaz que sofreu a lesão no joelho, que agora está reabilitado e faz os exercícios da forma e com pesos adequados. ### Fiscalização ficou na promessa A recomendação é que além de preço e localização, o interessado em freqüentar uma academia procure saber se o estabelecimento garante acompanhamento durante o treino e qual a capacitação dos profissionais que ali atuam. A falta de qualificação, alerta o professor Alberlan Almeida, aumenta o risco de lesões. Em julho último, durante audiência com a presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref12/PE-AL), Nadja Harrop, o procurador de Justiça Francisco Sarmento, prometeu que o Ministério Público de Alagoas se engajaria no combate ao exercício ilegal da profissão de educador físico. ///