Risco do metanol: adulteração acende alerta em bares restaurantes de AL

Casos recentes de intoxicação, cegueira e até morte causados pelo consumo de destilados adulterados com metanol acenderam um sinal de alerta no País. O comércio ilegal desse tipo de produto atinge bares, restaurantes e até supermercados, misturando-se a bebidas legalizadas.

Em Alagoas, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) orienta empresários a redobrarem a atenção na hora de adquirir mercadorias. O presidente da entidade no Estado, Marcos Batalha, reforça que a compra deve ser feita apenas em distribuidoras legalizadas e com atenção a detalhes como preço, rótulo e estado das embalagens.

“A adulteração de bebidas é um tema sensível que tem nos preocupado. Temos dado orientações aos empresários, mas esse cuidado também deve ser observado pelo consumidor final”, disse Batalha.

Segundo ele, é fundamental exigir nota fiscal, observar se os recipientes estão lacrados e rotulados corretamente e desconfiar de valores abaixo do praticado no mercado. “É preciso checar se a bebida não apresenta partículas em suspensão, se o selo está inviolável e se há certificado do IPI”, alertou.

Festa suspensa

Como medida de precaução, uma festa de samba marcada para hoje, no bairro Jaraguá, em Maceió, proibiu a venda de bebidas destiladas diante do risco de intoxicação pelo produto acrescentado de forma ilegal.

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e produtos químicos. Quando ingerido, é altamente tóxico: o fígado o transforma em substâncias que atacam a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

Denúncias e fiscalização

A Vigilância Sanitária Municipal informou que, até o momento, não há registros de casos em Maceió. O chefe especial do órgão, Airton Santos, destacou que equipes estão em ação preventiva.

“Em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Procon e outros órgãos de fiscalização, estamos estruturando uma força-tarefa de monitoramento para ampliar a vigilância”, afirmou.

O órgão reforça que denúncias podem ser feitas pelo telefone (82) 3312-5495, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou pelo WhatsApp (82) 98752-2000, disponível 24 horas.

Situação no Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que o país já registra 59 notificações de intoxicação por metanol até a tarde de ontem. Desse total, 11 tiveram confirmação laboratorial. A maioria dos casos ocorreu em São Paulo (53), além de cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal.

Padilha também anunciou que o governo federal montou um estoque de etanol farmacêutico em hospitais universitários e adquiriu 4.300 ampolas do produto, que deve ser distribuído a centros de referência e unidades de saúde em todo o País.