Bolo vulcão vira sensação e provoca fila na orla de Maceió

Quando Larissa Barbosa decidiu trocar São Paulo pela capital alagoana, o plano era vender açaí na orla de Maceió. Mas foi diante da calmaria das vendas e da inquietação do coração que surgiu uma ideia que mudaria tudo: um bolo vulcão no pote, feito na hora, com cobertura personalizada. E ainda custando apenas R$ 10. O que parecia apenas mais uma tentativa virou uma reviravolta empreendedora, impulsionada por fé, resiliência e um encontro inesperado transmitido ao vivo.

“A gente veio para trabalhar com açaí. Chegamos a montar um carrinho e, um dia, ardeu no meu coração [a ideia] de fazer o bolo. E aí eu fiquei pensando: ‘Meu Deus, o que que eu vou fazer para chamar atenção?’”, relembra a vendedora.

Foi então que surgiu a ideia de preparar um bolo vulcão na hora, conforme a preferência do cliente. Mesmo assim, parecia que a boa ideia não estava vingando. Ela e o marido, Wilian Soares, decidiram voltar para São Paulo.

“Me perguntei: por que não juntar o bolo vulcão com a cobertura na hora? No dia 20 de agosto, tivemos uma pré-decisão de que iríamos voltar para São Paulo. Foi o primeiro dia que eu testei na orla. Vendeu um pouco, mas eu já tinha desistido. Decidi: ‘Não, a gente vai embora’. Sentamos, conversamos, e ele falou: ‘Vamos voltar’.”

A decisão já estava tomada, mas Larissa mantinha um pensamento positivo, uma esperança ancorada na fé. “Peguei um versículo da Bíblia, e lá estava escrito assim: Os que semeiam entre lágrimas, colherão com alegria. Aquele que vai chorando, levando sua preciosa semente, voltará com canto de alegria, trazendo as cargas colhidas”, relata.

A fé foi recompensada. Já decididos a voltar para a terra paulista, Larissa e Wilian vivenciaram um encontro inesperado. O casal por trás da empresa @Dronegogi fazia uma live no Instagram para seus seguidores e, por acaso, passou em frente ao ponto onde Larissa vendia os bolos no pote.

Reconhecendo os influenciadores, ela acenou e trocou algumas palavras, aproveitando para divulgar o produto aos espectadores da transmissão ao vivo. A partir dessa exposição espontânea, os maceioenses passaram a se interessar mais pelo bolo — que, só pelas imagens, já parecia irresistível.

De uma hora para outra, mais e mais clientes começaram a aparecer, todos interessados na novidade. O movimento foi tão intenso que uma fila gigantesca se formou. Alguns compradores esperaram mais de uma hora para experimentar a iguaria.

O vídeo da live publicado na rede social atualmente tem mais de 3 milhões de visualizações e as filas não param. Para garantir o doce, muitas pessoas chegam cedo ao local onde o casal fica na orla da Ponta Verde. Eles trabalham nas sextas e sábados, das 17h às 21h, e aos domingos, das 13h às 18h.

Larissa fala da dificuldade que passou para ter esse reconhecimento, e que ainda não acredita em tudo que aconteceu em tão pouco tempo. “A ficha não cai, gente. Há poucos dias, tínhamos decidido ir embora. O sentimento era de fracasso e muita tristeza. Mas respiramos fundo, enxugamos as lágrimas e entendemos que cada queda também é uma oportunidade de recomeço. Decidimos ficar, lutar mais um pouco e acreditar que nossa história não acaba onde a dor começa. E foi assim que a Orla Doce nasceu”, conta, comovida.