Cidades
Codevasf nega a exist�ncia de dois projetos

O diretor Guilherme Gonçalves negou a existência de dois projetos paralelos como divulgou a imprensa. Ele explica que só existe um Canal do Sertão, o mesmo cuja execução está a cargo da Codevasf. Lembra que embora tenha sido estudado um novo ponto de captação de água a partir da usina de Itaparica, os técnicos optaram pelo reservatório de Moxotó como sendo o melhor local da região, mesmo tendo que gastar mais energia elétrica com a operação de bombeamento. O diretor da companhia lembra que a idéia de captar água na hidrelétrica de Itaparica tinha como argumento maior economizar energia elétrica, pois a água poderia vir de lá por gravidade, enquanto Moxotó exigirá uma estação de captação com 41 metros de altura. Mas no final, os estudos técnicos concluíram que os custos com a construção de mais 41 quilômetros de canal a partir da usina de Itaparica (PE) eliminariam a economia de energia elétrica no bombeamento a partir da represa de Moxotó. De qualquer maneira houve mudança no traçado do projeto original concebido no Governo de GB, que previa, além da elevatória de Moxotó, vários bombeamentos ao longo do canal. Segundo os técnicos da Codevasf, os 16 quilômetros de canal já abertos em Delmiro Gouveia serão aproveitados mas a partir daí se mudou o traçado para que a água siga por gravidade. Apesar do prazo de 12 anos para sua conclusão, o Canal do Sertão entrará em operação a partir do segundo ano de sua execução, gerando emprego e renda para centenas de sertanejos, garante o diretor da Codevasf. Implantação Entre os objetivos do Canal do Sertão, Gonçalves destaca a melhoria do nível de vida da população rural, a implantação de infra-estrutura social nas zonas urbanas ao longo de todo o projeto; proporcionar condições para que esse contingente de quase 1 milhão de sertanejos desenvolva atividades econômicas sustentáveis; transferir tecnologia mais adequada às condições naturais da região, e compatíveis com a capacidade de absorção da população afetada, além de diminuir as atividades extrativistas desordenadas e adotar tecnologias conservacionistas, principalmente no que se refere à conservação de solos. Os estudos prevêem ainda que o uso múltiplo do Canal do Sertão terá quatro principais demandas: projetos de irrigação para aproveitamento hidro-agrícola, projetos de piscicultura de forma consorciada com a irrigação nas derivações do grande canal, preservando a qualidade das águas, e abastecimento urbano e rural. Neste último item, o projeto estabelece que o Canal atenderá todas as populações da região de influência direta não atendida por outros sistemas públicos. O Canal também beneficiará a região da Bacia Leiteira, melhorando a qualidade do rebanho e do leite e possibilitando a implantação de novas tecnologias no processo de ordenha. (FA)