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Divers�o perigosa no Benedito Bentes

O cheiro verde da mata silencia a cidade. O contato com a água clara deixa sabores na memória. O banho de rio na zona rural do Benedito Bentes é um convite à degustação da natureza em todos os (cinco) sentidos. Passeio ecológico e diversão econômica a poucos minutos do bairro mais populoso de Maceió. Bem mais prático caminhar ou pedalar alguns minutos do que enfrentar uma odisseia de horas em pontos de ônibus cheios, coletivos apertados e praias lotadas, com despesa mínima de quatro reais por passagem de ida e volta para cada membro da família. Sem contar os gastos na orla e o preparo da tradicional quentinha com farofa. Cachoeira do Meirim, Mata do Mocambo, Rio do Meio, Pratagy, Grota da Paz, Riacho da Prata. A correnteza ecoa leve na copa das árvores, o som do vento nas folhas se insinua. De repente, o canto dos pássaros é interrompido pelo ?tibungo? gostoso e algazarra dos garotos que pulam n?água com piruetas. ### No trajeto da diversão, há carcaças de veículos A caminho do Rio do Meio, atração preferida nos arredores do Benedito Bentes, a viatura da PM desvia para uma estrada de barro há pouco mais de um quilômetro da área habitada. As carcaças de dois carros carbonizados denunciam a passagem de quadrilhas em fuga. A pista deserta com saída no Village Campestre é rota para assaltantes que destroem a prova do crime no cemitério de veículos roubados. Quando há ocorrência de roubo de carro, seqüestro relâmpago, assalto a banco, posto de gasolina ou lotérica, o batalhão aciona imediatamente patrulhas pelas imediações do antigo açude de tiborna, que foi desativado depois do acidente com o ônibus que afundou cheio de trabalhadores rurais. ### Família promove piquenique em local belo e abandonado A grande família do comerciante Ademário Lopes da Silva chega em dois carros. As portas se abrem e descem a esposa, dois filhos, duas noras, uma filha com bebê no colo, o genro, um funcionário e outros acompanhantes. No porta-malas, toda a infra para um autêntico piquenique. Das toalhas à merenda, tudo estava devidamente providenciado para um dia de folga no Rio do Meio. ?Trouxemos lanche, refrigerante, cerveja, lençol para dormir, copos, plástico para lixo e um monte de coisa para não faltar nada?, afirma orgulhosa Nilza da Silva, a matriarca da pequena e animada excursão. Já Ademário reclama do abandono e reconhece o alerta da polícia. ### Vítimas peregrinam e pedem justiça As adolescentes estupradas costumavam ir ao Rio do Mocambo, mas a última excursão das primas com os irmãos e amigos terminou no 5º Batalhão da PM e na Delegacia do 8º Distrito. Mais de uma semana depois, as garotas peregrinavam com os pais em busca de Justiça e prestavam depoimento na Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente. O pai de uma das moças lembra que a primeira coisa que fez quando os filhos e sobrinhos chegaram chorando foi sair em busca do estuprador, numa caçada particular. Desde então ele afirma que não sossega até a polícia encontrar o agressor. ///