Clones circulam pelas ruas de Alagoas
Do total de veículos roubados em Alagoas em 2008, pelo menos 5% circulam nas ruas do Estado na condição de clones: veículos que ostentam placas iguais a de automóveis da mesma cor, ano de fabricação e modelo legalizados em outras cidades do País. O perc
Por | Edição do dia 01/02/2009 - Matéria atualizada em 01/02/2009 às 00h00
Do total de veículos roubados em Alagoas em 2008, pelo menos 5% circulam nas ruas do Estado na condição de clones: veículos que ostentam placas iguais a de automóveis da mesma cor, ano de fabricação e modelo legalizados em outras cidades do País. O percentual consta da base de dados da Delegacia de Roubos, Furtos de Veículos e Cargas, que registrou, ano passado, queixas de que 1.029 condutores perderam seus automóveis para quadrilhas que atuam no território alagoano. 646 ocorrências foram registradas no interior. O termo clone, derivado da ciência, representa verdadeira dor de cabeça para quem é flagrado pelas autoridades policiais conduzindo uma cópia de veículo que, oficialmente, existe em outro ponto do País. Quando descoberto, o veículo é apreendido e seu dono pode responder a processo por receptação culposa, crime do qual é acusado. ### Perito se especializa e descobre veículos com irregularidades Ao analisar detalhes do veículo clonado e pelo qual Mário Jorge pagou os R$ 28 mil sendo R$ 5 mil em cheques o especialista Manoel Petrúcio, o China, foi desvendando os detalhes da fraude, que aparentava perfeição. Os caras fizeram um trabalho bem feito. Mudaram tudo para que os números ficassem iguais ao original. Tiveram trabalho de mexer até no motor. Mas, não teve jeito. Em cinco minutos achei onde escorregaram, contou o perito, que trabalha com equipamentos arcaicos. ### Comerciantes garantem veículos sem adulterações Os corretores de veículos que atuam na Praça Barão de Sinimbu, no Centro de Maceió, garantem: não comercializam clone algum. Eles reconhecem, no entanto, que já ocorreram casos do comércio de carros oriundos de estouro: financiamentos e revendidos sem que houvesse pagamento das prestações. Genilton Alves de Lima, 61, atua no ramo de revenda de automóveis há 26 anos. Ninguém faz negócio na rua. Aqui é só uma forma de encontrar quem quer comprar e vender. Mas, o negócio só é fechado depois da perícia. Nunca tive problema e não conheço ninguém que teve, avisa. Para ele, os clones costumam vir de fora do Estado. Na praça onde trabalha os vendedores se conhecem. Enquanto a realidade da polícia não muda, é o próprio cliente que deve tomar os cuidados. ///