DADOS
Casos de dengue em Alagoas já somam quase 7 mil em 2025
Seis mortes estão em investigação e uma foi confirmada; maioria dos casos atinge mulheres e jovens de 20 a 29 anos


Alagoas registrou 6.956 casos prováveis de dengue entre os dias 1º de janeiro e 10 de outubro de 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. Até o momento, um óbito foi confirmado pela doença e seis estão sob investigação. A proximidade do período mais quente do ano acende alerta das autoridades sanitárias do Estado, uma vez que nessa época do ano há tendência de proliferação do mosquito causados da doença.
Os dados apontam que 54% dos casos atingem o sexo feminino e 46% o masculino, com a faixa etária de 20 a 29 anos sendo a mais afetada no estado este ano.
Em 2024, o estado fechou o ano com 17.982 casos confirmados de dengue e 20 óbitos causados pela doença. No ano anterior, em 2023, haviam sido registrados 4.287 casos e quatro mortes, o que representa um aumento de 319,4%.
As mortes por dengue em 2024 ocorreram nos municípios de Maceió (7), Atalaia (1), Viçosa (1), Porto de Pedras (1), Rio Largo (1), União dos Palmares (1), Murici (1), Craíbas (1), Teotônio Vilela (1), Arapiraca (1), Belo Monte (1), Boca da Mata (1), São José da Laje (1) e Pão de Açúcar (1).
O boletim estadual também registrou, em 2024, 404 casos de chikungunya, com três óbitos, sendo um em Maceió, um em Atalaia e um em Pão de Açúcar. Já os casos de zika vírus somaram 69 registros e a febre do Oropouche, 116 casos — nenhuma dessas doenças teve mortes confirmadas no estado.
Prevenção
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reforça a importância da prevenção. O médico infectologista Renee Oliveira, chefe do Gabinete Estadual de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Sesau, explica que o calor intenso do verão deixa o ambiente ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas eclodam e deem origem a milhares de novos mosquitos, contribuindo diretamente para uma escalada de casos de dengue nesse período do ano.
“A soma desses fatores ajuda na aceleração da proliferação do vetor da dengue. Inclusive, o período entre ovos e mosquito adulto é encurtado. Essa aceleração da atividade biológica do mosquito acarreta em um maior número de pessoas propensas a serem infectadas, já que há uma maior quantidade de mosquitos nesse período”, disse Renee Oliveira.
O processo de desenvolvimento do Aedes aegypti, de ovo a adulto, sofre influência das condições ambientais, com umidade, temperatura, disponibilidade de alimento, necessidade de deslocamento, entre outros. O especialista expôs, ainda, que o desenvolvimento do mosquito, de ovo, passando por larva e pupa, até a fase adulta, geralmente entre 7 a 10 dias, dependendo dos fatores climáticos e ambientais.
Renee Oliveira reforça que a prevenção contra o mosquito é o principal cuidado que a população precisa ter. “As recomendações seguem as que sempre frisamos. É fundamental fazer a limpeza dos vasos de plantas, calhas e dos quintais para evitar água empoçada, e fechar as caixas d’água. Também é importante receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do Aedes aegypti e eliminar as ameaças”, concluiu.