ENEM: na reta final, especialistas e alunos compartilham estratégias para manter o equilíbrio

Com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o desafio que mais tem tirado o sono dos estudantes não está apenas nas provas em si, mas no controle da ansiedade. A menos de duas semanas da primeira etapa, muitos candidatos enfrentam um turbilhão de emoções, incertezas e pressão. Para especialistas, esse é um dos obstáculos mais difíceis da preparação.

As provas do exame estão marcadas para os dias 9 e 16 de novembro. Segundo Raquel Ferreira, psicóloga clínica e escolar, é possível amenizar os efeitos da ansiedade com mudanças simples na rotina e práticas de relaxamento.

“Existem algumas técnicas que podem ajudar antes e durante a prova. A respiração consciente é uma estratégia que pode ajudar. Expirar e aí inspirar o ar, demorando uns 4 segundos e depois expirar lentamente, fazer esse exercício três a cinco vezes vai ajudar a relaxar o corpo”, afirma a psicóloga.

Além das técnicas individuais, Raquel destaca a importância da convivência social nesse período. Estar cercado de pessoas queridas pode ser um fator decisivo para manter o equilíbrio emocional.

“A família e os amigos também têm um papel fundamental no fortalecimento da autoconfiança do candidato. Então, lembrar do esforço dessa pessoa, do quanto ela se preparou, para que ela acredite nela mesmo e nos objetivos dela, que vai dar tudo certo”, explica.

Entre os estudantes, a ansiedade se manifesta de formas diferentes. Para Breno Britto, o maior temor está na redação, justamente por ser a parte mais imprevisível da prova.

“Para mim o que tem gerado mais ansiedade é em relação à redação, já que o tema é surpresa, então você fica naquela ansiedade, pensando se vai conseguir aplicar o que você estudou ao longo do ano naquele tema”, relata Breno.

Para lidar com essa tensão, ele tem seguido algumas das orientações da psicóloga e buscado apoio em atividades prazerosas.

“Os métodos que venho utilizando para aliviar o estresse nesse período anterior à prova é passar um tempo com os amigos e a família, além de praticar atividades físicas”, conta.

Já Mariana Queiroz, que se dedicou intensamente ao longo do ano, revela que o medo de não estar suficientemente preparada é o que mais a aflige.

“Acredito que o que mais tenha me gerado ansiedade é o medo de não estar preparada o suficiente, a gente passa o ano estudando e se cansando muito, parece que é assunto que não acaba mais e é inevitável não se sentir incapaz às vezes”, desabafa.

Católica, Mariana encontra na fé um alívio para os momentos de maior tensão. “Sou muito religiosa, então quando tenho qualquer nervosismo, angústia ou falta de sono sempre busco a Deus para me ajudar. Vou à missa aos domingos quando não tenho simulado, rezo o terço e às vezes converso com Ele durante meu dia. Ter uma religião que me mantém muito segura ajuda muito nesse momento de pressão”, explica.