PENEDO
Vítimas de suposto envenenamento recebem alta e voltam para casa
Manicure e vizinha passam bem após internação; polícia apura se idoso de 84 anos colocou “chumbinho” na comida antes de morrer


As duas mulheres vítimas do suposto envenenamento ocorrido em Penedo, na Região do Baixo São Francisco de Alagoas, receberam alta médica e estão em casa. A manicure Ângela Marta e a vizinha Neuza Oliveira haviam sido hospitalizadas no domingo (16), após almoçarem na residência onde Ângela morava com o idoso Antônio Bispo, de 84 anos, bairro Dom Constantino.
Ao retornar para casa após receber alta da Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, Ângela gravou um vídeo para tranquilizar familiares e amigos. “Tô bem, já tô em casa, graças a Deus. Foi um momento muito difícil para mim, minha gente, mas já estou em casa”, afirmou.
O caso começou quando Ângela e Neuza almoçaram na casa do idoso e passaram mal logo depois da refeição. A suspeita de envenenamento surgiu ainda durante o atendimento médico. O próprio Antônio também teve que ser socorrido, mas sofreu um infarto e morreu na unidade de saúde.
Segundo a investigação, o idoso teria colocado veneno de rato, o “chumbinho”, na comida preparada pela ex-companheira. As duas mulheres foram levadas inicialmente à Unidade de Emergência de Penedo; devido à gravidade, uma delas precisou ser transferida para o Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca.
De acordo com o chefe de operações da Unidade de Homicídios de Penedo, Gledson Silva, a principal linha de investigação é tentativa de homicídio seguida de suicídio. “Ficou constatado que nesse dia, a vítima e ex-esposa dele teria feito o almoço e saiu para chamar a vizinha, e as duas foram almoçar. Logo depois, ambas passaram mal e foram para a Unidade de Emergência. A filha do casal, ao chegar em casa, encontrou o pai passando mal, mas ele não queria ir ao hospital. Ele foi levado à força para a Unidade de Emergência, mas lá teve um infarto e veio a óbito”, relatou.
Testemunhas afirmaram que Ângela continuava morando com o idoso por compaixão, já que ele era amputado de um dos pés, tinha diabetes e apresentava comportamento controlador, com episódios de ciúme e ameaças. As mulheres consumiram pouca comida, relatando que o feijão-tropeiro tinha “cheiro estranho”.
A perícia esteve na casa e recolheu amostras de feijão cozido, arroz, vinagrete e do próprio feijão-tropeiro, onde foram encontrados grânulos compatíveis com substância tóxica. Resíduos suspeitos também foram identificados em cômodos da casa, inclusive em uma caneca, o que pode indicar diluição do produto em água. Em uma lixeira, os peritos encontraram um recipiente com material que será submetido a análise química.
O corpo de Antônio Bispo passou por necropsia no Instituto Médico Legal de Arapiraca. Amostras de sangue e conteúdo estomacal foram enviadas ao Laboratório Forense de Química e Toxicologia para confirmar a presença do veneno.
