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Prefeito faz chamamento para que gestores de AL se preocupe com saúde mental

Um dos focos diz respeito as crianças e adolescentes, com casos aumentado cada vez mais

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Marlan Ferreira chama gestores a trabalhar tema nas unidades de ensino
Marlan Ferreira chama gestores a trabalhar tema nas unidades de ensino | Foto: Divulgação

A preocupação com a saúde mental de crianças e adolescentes tem crescido cada vez mais. O aumento de casos de ansiedade e depressão entre os jovens, especialmente depois da pandemia, acendeu um sinal de atenção que precisa ser visto com seriedade por pais, educadores e gestores. Diante do atual cenário, o prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira, fez um alerta para que essa realidade não seja ignorada, chamando outros gestores municipais de Alagoas a trabalhar esse comportamento dentro das unidades de ensino.

O prefeito tem acompanhado de perto o crescimento de casos de ansiedade e depressão e afirma que o problema é ainda mais evidente entre adolescentes de 12 a 15 anos. “Um tema que está me chamando muita atenção é a grande proporção de ansiedade e depressão que está ocorrendo em Limoeiro de Anadia, no estado e no Brasil, com nossas crianças e nossos jovens, principalmente, de 12 a 15 anos de idade. Esse é um tema que a gente não pode ficar calado. Um problema grave que está acontecendo, principalmente depois da pandemia”, alerta.

Para ele, pais, mães, gestores, educadores e toda a comunidade precisam estar atentos e presentes. “A gente precisa chamar a atenção de pais, de mães, gestores, de nossos alunos como um todo com uma palavra de motivação, uma palavra de Deus na vida dessas pessoas”, afirma.

Com esse propósito, Marlan Ferreira tem visitado escolas, promovendo debates, palestras e rodas de conversa, reforçando a importância do acolhimento emocional. “Estou visitando todas as escolas, fazendo debates, rodas de conversas para levar motivação para nossas crianças. Precisamos resolver esse grave problema com nossas crianças, nosso país, com nossos municípios.”

O gestor destaca ainda que o município já conta com equipe especializada acompanhando os alunos, mas lembra que o diálogo constante com estudantes e profissionais da educação é essencial para aperfeiçoar o apoio: “Precisamos de ação, união e responsabilidade para mudar essa realidade. Juntos, podemos dar às nossas crianças e jovens o apoio e a esperança que eles precisam para superar esses desafios.”

Nesse mesmo movimento de compreensão e cuidado, a psicóloga Amanda Santos, especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), detalha os sinais que pais, educadores e gestores devem observar e explica os impactos emocionais deixados pela pandemia.

“Quando falamos de crianças e adolescentes, é importante lembrar que o sofrimento emocional muitas vezes aparece primeiro no comportamento”. No caso da ansiedade, ela explica que os sinais mais comuns são “inquietação, dificuldade de concentração, medo constante, preocupação excessiva, alterações no sono e queixas físicas, como dor de barriga, dor de cabeça e taquicardia”.

Já sobre a depressão, Amanda ressalta que costuma se manifestar por irritabilidade persistente, isolamento, perda de interesse pelas atividades que antes eram prazerosas, choro frequente, queda no rendimento escolar, cansaço excessivo e mudanças no apetite ou no sono.

“É fundamental observar mudanças bruscas de comportamento: uma criança muito comunicativa que passa a se isolar ou um adolescente que se mostra mais agressivo, apático ou indiferente.”

A psicóloga destaca que a pandemia trouxe rupturas profundas na rotina, na socialização e na sensação de segurança dos jovens. “Crianças e adolescentes perderam vínculos presenciais, ficaram expostos a ambientes familiares muitas vezes estressantes e vivenciaram medos intensos, tanto relacionados à doença quanto à instabilidade financeira e emocional da família.”

Como consequência, ela explica que houve um aumento significativo de quadros de ansiedade, depressão, regressões comportamentais, dificuldades de aprendizagem e problemas de socialização. Segundo Amanda, esses impactos ainda são visíveis nas escolas, onde muitos estudantes apresentam dificuldade de concentração, baixa tolerância à frustração, comportamentos agressivos, maior sensibilidade emocional e desafios para reconstruir vínculos, além do aumento da demanda por atendimento psicológico.

Para que municípios e escolas fortaleçam suas ações de prevenção, Amanda afirma que o primeiro passo é entender que saúde mental não é um tema pontual, mas uma construção diária. Ela ressalta a “A formação continuada para professores e gestores, espaços de escuta qualificada, projetos de educação socioemocional, parcerias com a rede de saúde e protocolos claros de atuação”, reforçando que a prevenção funciona melhor “quando envolve toda a comunidade escolar de forma integrada”.

A família, segundo a psicóloga, é peça-chave nesse processo. “É no ambiente familiar que os primeiros sinais geralmente aparecem, e é a partir da sensibilidade dos responsáveis que podemos realizar intervenções precoces”, explica. Amanda orienta que os pais observem mudanças no comportamento, no sono, no apetite, no humor e no desempenho escolar, mantendo uma postura de acolhimento. Para ela, “a escuta acolhedora, sem julgamentos e sem minimizar o sofrimento, é essencial”. Ela reforça ainda que, diante de sinais persistentes, é importante buscar ajuda profissional rapidamente, pois “o apoio familiar durante o processo terapêutico faz toda a diferença”.

Do ponto de vista psicológico, Amanda defende que é necessário investir em “atendimentos de prevenção, ações coletivas nas escolas como rodas de conversa e oficinas, além de protocolos de acolhimento para que nenhum estudante passe despercebido”. No campo das políticas públicas, ela aponta a necessidade de “ampliar equipes multiprofissionais nas escolas, fortalecer a rede de saúde, criar campanhas municipais de conscientização, implementar programas de prevenção ao suicídio e automutilação e garantir formação contínua para profissionais da educação”. Para a psicóloga, quando o cuidado emocional se torna prioridade municipal, é possível “atuar de forma mais preventiva, reduzir sofrimento e promover ambientes escolares mais seguros e acolhedores”.

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