LADEIRA DA MOENDA
Menor ligado a mais de 20 homicídios é investigado por desova de corpos
Polícia apura participação de adolescente, com quatro mandados de busca e apreensão, em mortes e ocultação de cadáveres
Um adolescente que comete crimes desde os 12 anos é apontado como suspeito de envolvimento na morte de vítimas e desova de cadáveres na Ladeira da Moenda, entre os bairros Feitosa e Pitanguinha, em Maceió. Na última terça-feira (15), após denúncia de moradores da região, ossadas humanas foram encontradas na localidade.
O suspeito apontado por envolvimento na desova das ossadas localizadas na Moenda é investigado por ligação com mais de 20 homicídios. Trata-se de um adolescente que mora no Vale do Reginaldo, com quatro mandados de busca e apreensão em aberto, todos por homicídio.
As ossadas são possivelmente vítimas do tráfico de drogas, de pessoas que tiveram algum problema com traficantes, e foram mortas ali para dificultar a investigação policial.
A Polícia Civil de Alagoas investiga se a localidade tem mais vítimas enterradas. Por isso mesmo, as buscas devem continuar na região. “Desde agosto deste ano que a gente recebe denúncias anônimas informando da localização de ao menos cinco corpos naquela região de mata. Foram feitas incursões na mata, tentando localizar esses corpos”, afirma o delegado Arthur César.
Com outro homicídio e desova de cadáver registrados na região do Reginaldo na última segunda-feira (15), surgiram informações sobre a localização exata dessas ossadas na Moenda, que ainda não foram identificadas.
O material oriundo da Moenda ainda será analisado para saber se são dois ou três cadáveres, que serão submetidas a procedimentos apenas quando algum familiar comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) reclamando os corpos.
No caso do corpo localizado dentro de um buraco no Reginaldo, foi identificado como Carlos Eduardo dos Santos, 24 anos. O Corpo de Bombeiros realizou a retirada do cadáver nessa segunda e constatou que a vítima apresentava uma das mãos amputada, além de traumatismos na cabeça.
As denúncias anônimas apontam que ao menos 2 vítimas teriam identidade conhecida, um casal, a mulher se chamava Aline e o homem sem identidade revelada. E que eles teriam sido mortos porque estavam devendo aos traficantes do Vale do Reginaldo. Outra vítima seria um adolescente por ter agredido a própria mãe. O rapaz foi vítima do "tribunal do crime", uma espécie de justiça paralela praticada por facções.
“Não é a primeira vez que mais de um corpo é encontrado naquela redondeza e essa é uma estratégia que os traficantes utilizam para dificultar o trabalho investigativo. Se não há cadáver, não há o que se investigar e também é uma região que não tem câmeras de monitoramento, sem testemunhas”, destaca o delegado Arthur César.