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EDUCAÇÃO INFANTIL EM MACEIÓ: mensalidades chegam a R$ 3,3 mil e decisão vai além do preço

Proposta pedagógica, acolhimento, estrutura e custo entram na balança das famílias na hora da escolha

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Escola na Gruta de Lourdes adota uma metodologia baseada na autonomia da criança
Escola na Gruta de Lourdes adota uma metodologia baseada na autonomia da criança | Foto: GazetaWeb.com

Quando o fim do ano se aproxima, quem tem filho pequeno ou é responsável por uma criança já começa a difícil missão de decidir qual escola escolher em meio a tantas opções de educação infantil em Maceió. Fatores como localização, infraestrutura, renome da escola e programas extracurriculares influenciam diretamente nos custos e na escolha das famílias.

Segundo o mestre em Educação Infantil Aristóteles Oliveira, uma educação de qualidade nessa etapa começa pelo reconhecimento da criança como sujeito de direitos e protagonista do próprio desenvolvimento. “Estudos da neurociência e da psicologia do desenvolvimento mostram que experiências positivas, relações afetivas seguras e ambientes estimulantes ajudam a construir bases sólidas para a aprendizagem futura”, explica.

Na capital alagoana, os custos da educação infantil na rede privada variam, em média, entre R$ 600 e R$ 3.300, dependendo da proposta pedagógica, da carga horária, da infraestrutura e dos serviços incluídos.

METODOLOGIAS E VALORES

O Colégio Maria Montessori, no bairro da Gruta de Lourdes, informou que adota uma metodologia baseada na autonomia da criança e no respeito ao ritmo individual de aprendizagem. As salas são adaptadas à altura dos alunos e equipadas com materiais sensoriais, enquanto o professor atua como mediador do processo educativo. Além da rotina pedagógica, a escola oferece programa bilíngue, música, robótica e esportes. A mensalidade gira em torno de R$ 1.600, com custos adicionais para material didático, alimentação e algumas atividades complementares.

Já o Colégio Marista segue a abordagem Reggio Emilia, que coloca a criança no centro do processo educativo e valoriza o brincar como principal ferramenta de aprendizagem. Os espaços, como parquinho, horta, ginásio e biblioteca, funcionam como ambientes de exploração e descoberta. A proposta inclui projetos integrados, mostras culturais e ações que envolvem as famílias. Como instituição católica, a escola também desenvolve atividades voltadas à formação humana e espiritual. A mensalidade média é de R$ 1.600, incluindo programa bilíngue, musicalização, oficinas, atividades esportivas e material didático próprio.

A Maple Bear Maceió, com unidades nos bairros Mangabeiras e Jatiúca, aposta em uma arquitetura pensada para o desenvolvimento integral da criança, com salas amplas, áreas verdes e espaços especializados. Baseada no modelo educacional canadense, a escola adota uma abordagem bilíngue e ativa, com foco no desenvolvimento acadêmico e socioemocional. As mensalidades da educação infantil variam entre R$ 3.200 e R$ 3.500 (meio período), com serviços adicionais cobrados à parte.

Na Jatiúca, a Escola Santa Úrsula oferece estrutura voltada para a primeira infância, com áreas de lazer, sala de música, espaço multifuncional, campinho e a chamada “Cidade Sonho”, ambiente lúdico que estimula a criatividade por meio da brincadeira. A proposta pedagógica segue a abordagem sociointeracionista, com a criança como protagonista do aprendizado. As mensalidades giram em torno de R$ 2.000 e incluem lanche e materiais pedagógicos principais, com cobranças adicionais para projetos específicos e atividades esportivas.

O QUE PESA MAIS NA HORA DE ESCOLHER

A advogada Ana Luiza Castro, mãe de dois filhos na educação infantil, conta que a escolha da escola do filho mais velho foi influenciada pela localização, pela proposta pedagógica e pelo vínculo afetivo com a instituição, onde ela própria estudou. Para o filho mais novo, que inicia a vida escolar no próximo ano, chegou a considerar uma opção mais barata, mas decidiu mantê-lo na mesma escola do irmão. “Visitei outras instituições, mas a proposta pedagógica, o espaço físico e o atendimento inicial pesaram bastante na escolha”, relata.

Já para Gessyca Teixeira, mãe de uma menina de três anos, localização e proposta pedagógica também foram importantes, mas o fator financeiro acabou sendo decisivo. Ela relata dificuldades no processo de adaptação da filha. “Foi péssimo, muito choro, e a escola não ofereceu suporte”, conta.

Para Aristóteles Oliveira, o valor da mensalidade deve ser analisado a partir do que a escola realmente entrega. Ele destaca que o espaço físico é parte fundamental do processo educativo. “Ambientes seguros, bem cuidados e pensados para a infância exigem investimentos em segurança, higiene, mobiliário adequado e materiais pedagógicos de qualidade”, afirma.

Sobre o ensino bilíngue, o especialista lembra que pesquisas indicam grande facilidade do cérebro infantil para aprender uma segunda língua nos primeiros anos, desde que isso ocorra de forma natural e lúdica.

Ele também orienta os pais a observar a proporção entre crianças e professores, fator que impacta diretamente a atenção individualizada, além de questionar como a escola lida com conflitos comuns da infância, como mordidas e empurrões. “O ideal é que essas situações sejam tratadas com mediação e orientação, não com punição”, recomenda.

Outro ponto essencial é o processo de adaptação. “Escolas que permitem e acolhem a presença da família nos primeiros dias costumam respeitar mais o vínculo afetivo da criança. Além disso, é importante observar quanto tempo do dia é destinado ao brincar livre, que deve ocupar grande parte da rotina na educação infantil”, diz.

Por fim, Oliveira reforça que a proposta pedagógica deve ser o principal critério da escolha. “É ela que orienta como a criança será acolhida, educada e estimulada a compreender o mundo. A estrutura física deve ser avaliada pela funcionalidade, não pelo luxo. E a localização também faz diferença, já que longos deslocamentos podem gerar estresse e reduzir o tempo de qualidade em família”, conclui.

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