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RETROSPECTIVA

Meio ambiente e combate ao crime marcam 2025 em Alagoas

Chuvas fortes causaram alagamentos em dezenas de cidades de Alagoas

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Fortes chuvas causaram alagamentos severos na capital e em cidades da Zona da Mata
Fortes chuvas causaram alagamentos severos na capital e em cidades da Zona da Mata | Foto: Ascom Cbmal

O ano de 2025 em Alagoas foi um período de intensos contrastes, onde a resiliência da população foi testada tanto pelo rigor do clima quanto pela complexidade da segurança pública. A sociedade acompanhou um ciclo que começou com foco no combate ao crime e terminou com debates profundos sobre a conduta social e institucional.

PRIMEIRO SEMESTRE: PRISÕES E FORÇA DA NATUREZA

O ano abriu suas portas, em janeiro, com uma resposta enérgica do Estado à criminalidade. Cidades como Rio Largo tornaram-se o epicentro de operações das polícias Civil e Militar, que buscavam cumprir mandados de prisão contra acusados de homicídios e tráfico de drogas, tentando frear uma onda de violência que preocupava a região metropolitana. simultaneamente, o setor de saúde pública iniciava sua vigília anual contra as arboviroses, com campanhas de conscientização em bairros e municípios para evitar surtos de dengue, zika e chikungunya.

Em fevereiro, a pauta da violência doméstica ganhou ainda mais visibilidade, com aumento nas prisões em flagrante na Grande Maceió. No entanto, o maior desafio do mês veio do céu: fortes chuvas causaram alagamentos severos na capital e em cidades da Zona da Mata, expondo as fragilidades da drenagem urbana e gerando um clamor público por infraestrutura. Esse cenário de vulnerabilidade feminina e ambiental estendeu-se até março. No mês dedicado às mulheres, a eficácia policial foi posta à prova, resultando na prisão de 14 agressores em apenas 24 horas em cidades como Maceió e União dos Palmares. Paralelamente, o meio ambiente sofria nova ferida com denúncias de contaminação por esgoto na Lagoa Mundaú, afetando o sustento de centenas de famílias ribeirinhas.

KEL FERRETI PRESO

A condenação do influenciador Kel Ferreti a 10 anos de prisão por estupro foi vista como uma resposta rígida contra a impunidade
A condenação do influenciador Kel Ferreti a 10 anos de prisão por estupro foi vista como uma resposta rígida contra a impunidade | Foto: GazetaWeb.com

Em abril, a justiça alagoana foi protagonista de casos que pararam as redes sociais. A condenação do influenciador Kel Ferreti a 10 anos de prisão por estupro foi vista como uma resposta rígida contra a impunidade. Na mesma toada, a comoção tomou conta do estado com o desfecho do caso da bebê Ana Beatriz, em Novo Lino; o que inicialmente parecia um sequestro revelou-se um trágico crime cometido pela própria mãe, desafiando a compreensão da opinião pública.

A comoção tomou conta do estado com o desfecho do caso da bebê Ana Beatriz, em Novo Lino
A comoção tomou conta do estado com o desfecho do caso da bebê Ana Beatriz, em Novo Lino | Foto: GazetaWeb.com

No campo da segurança, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) deflagrou a Operação Força Total, mobilizando quase três mil policiais e resultando em 49 prisões em flagrante. Chuvas torrenciais deixaram centenas de desabrigados em mais de dez municípios, forçando decretos de emergência e colocando Alagoas em alerta máximo.

A transição para o meio do ano trouxe alívio na saúde, com a queda nos casos de dengue em junho, mas a paz social foi abalada por crimes bárbaros. A fuga e os assassinatos cometidos pelo major Pedro Silva, que vitimou o próprio filho de 10 anos, expuseram falhas graves no sistema de custódia militar. No asfalto, a tragédia de Renata Silvério, grávida e vítima de atropelamento após uma queda de moto deixou Maceió em alerta para a insegurança viária. Em julho, por exemplo, os acidentes com motociclistas dispararam. No mesmo período, a polícia celebrava um triunfo estratégico: a prisão do líder do Comando Vermelho no estado, o criminoso conhecido como “Vingador”, localizado no Mato Grosso.

Em agosto, os balanços estatísticos mostravam que o rigor policial havia aumentado em 20% em comparação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o Summit Mulher, promovido pela Organização Arnon de Mello (OAM), tentava transformar esses dados em políticas públicas reais. O reflexo disso foi visto em setembro, com um aumento de 42% nas prisões por violência doméstica no interior, indicando que as mulheres estavam denunciando mais e o Estado estava agindo com maior rapidez.

A reta final do ano, em outubro e novembro, foi marcada por operações de inteligência. A Polícia Civil capturou o traficante “Luxúria” e participou da Operação Nacional Proteção Integral III contra o abuso infantil online. No entanto, o caos urbano em Maceió ganhou contornos numéricos assustadores: em novembro, a capital ultrapassou 400 mil infrações de trânsito, com o uso indevido da faixa azul e estacionamento irregular no topo da lista. No plano criminal, o indiciamento da médica Nádia Tamires pela morte de seu ex-marido, em Arapiraca, surpreendeu o estado e repercutiu nas redes sociais.

O ano termina com a confiança nas instituições sendo novamente testada, com a prisão de dois policiais militares envolvidos em crimes de homicídio e feminicídio. Para completar o cenário, um incêndio devastador destruiu 50 barracas no Mercado da Produção, deixando comerciantes em desespero às vésperas do Natal. Por outro lado, a saúde trouxe uma nota positiva com a redução dos casos de HIV e Aids em Alagoas, embora o aumento em cidades do interior ainda acenda o sinal amarelo para 2026.

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