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Bact�ria mata crian�a e deixa 4 doentes

O almoço da última quinta-feira teve um ingrediente trágico para a família Santos Silva, em Coruripe. A bactéria Clostridium botulinum invadiu o cardápio, composto de sardinha e mortadela, contaminando três crianças e dois adolescentes com o botulismo, uma doença rara e com alto índice de letalidade. Quatro irmãos estão entre a vida e a morte, internados no Hospital Geral do Estado (HGE). Uma sobrinha deles, Ingrid Maiara Santos da Nova, de 6 anos, morreu 48 horas após a refeição tóxica. A bactéria se desenvolve em alimentos de conserva e ataca com mais força as vítimas mais jovens. Entre os irmãos hospitalizados, a situação mais crítica é de Maria Vitória dos Santos Silva, de 8 anos, internada na UTI pediátrica. Os meninos Luiz Fernando dos Santos Silva, 12, e Marcelino dos Santos Silva, 14, estão em coma induzido e respiram com ajuda de aparelhos na UTI geral. O mais velho, João Vitor dos Santos Silva, 17, está na ala vermelha, onde ficam os casos graves. ### Alimentos são recolhidos para análise As equipes das vigilâncias sanitária e epidemiológica do Estado e do município de Coruripe ainda não sabem quais os lotes da sardinha enlatada e da mortadela consumidos pela família. De qualquer forma, todos os produtos da mesma marca, com o prazo de validade idêntico, estão sendo recolhidos das bodegas e mercadinhos da região. Tanto o sangue dos garotos contaminados como restos da refeição deles foram levados para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), que vai encaminhar o sangue para exame na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e as amostras de comida para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. ### População teme novos casos da doença | PATRÍCIA BASTOS - Repórter Coruripe ? A morte da menina Ingrid Maiara deixou os moradores de Coruripe temerosos de que novos casos de botulismo venham a acontecer. Na cidade, foi difundida a versão de que a doença, que atingiu outras três crianças e um adolescente, foi provocada pelo consumo de mortadela estragada. Vários moradores deixaram de consumir o alimento nos últimos dias. ?Quando fiquei sabendo do que aconteceu, mandei minha esposa jogar fora a mortadela que a gente tinha em casa. Não sabia se estava contaminado ou não, mas se pode provocar a morte é melhor não arriscar, principalmente porque também tenho filhos pequenos?, declarou o taxista Antônio da Silva. ///