Cidades
Chuvas inundam o Salgadinho e levam lixo para a Praia da Avenida

A cena é sempre a mesma. Basta chover torrencialmente em Maceió e a foz do Riacho Salgadinho, na Praia da Avenida, se transforma em um amontoado de lixo, reduto festivo dos urubus. Mas até para quem já está acostumado a esse quadro se assustou ontem com a quantidade de lixo no local. ?O mau cheiro é horrível. E como choveu quarta-feira, amanheceu assim. A gente vende alimentos e fica até com vergonha das pessoas pensarem que o fedor é aqui?, diz dona Terezinha, que tem um carrinho de lanche do outro lado da pista. A situação desagradável para quem vive ou passa no local não é gerada pela falta de coleta do lixo, segundo testemunha o comerciante José dos Santos, dono de uma loja de impermeabilizantes, bem em frente ao local em que o riacho desemboca. ?Nunca precisamos chamar. O pessoal vem logo cedo e trabalha bastante para recolher o lixo, mas basta chover que ele desce aos montes novamente?, diz ele. O problema vem de cima, dos muitos canais e riachos, que cortam bairros e favelas de Maceió e descem para o Salgadinho. Quando chove, a água suja desce com mais força trazendo todo tipo de bagulho jogado nas suas margens pelas populações ribeirinhas. ?É preciso muito mais que coleta do lixo que desce. O que precisa mesmo é educação para toda essa gente que mora às margens do riacho?, diz ele. O comerciante não se queixa de prejuízos, pelo menos não para a sua loja. ?O prejuízo mesmo é para a cidade, porque ninguém pode aproveitar uma praia tão bela?, lamenta.