Cidades
Catarse ap�ia campanha contra doa��o de esmolas

O coordenador do Projeto Catarse, Walmar Buarque, afirmou, ontem, que apóia a campanha Não dê esmola nas ruas, a ser desenvolvida pela fundação municipal que cuida dos menores abandonados em Maceió, a Funacriad. Ele disse, ainda, temer o destino dessas crianças que sem as esmolas deverão sair das ruas. O problema também aflige à Unicef, parceira da Prefeitura na campanha. Walmar Buarque explica que quando as organizações não-governamentais reclamam da permanência dos menores na rua, e pedem às pessoas que não dêem mais esmolas, estão objetivando provocar nos órgãos oficiais uma tomada de atitude. Porque conforme depoimento da ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Helena de Mello, a obrigação de cuidar de crianças e adolescentes de rua é do Estado, do município e do poder público, e não das entidades não-governamentais, lembrou. A minha surpresa maior, acrescentou o coordenador do Projeto Catarse, se deu quando vi o próprio Estado pedindo para as pessoas não darem esmolas. O Catarse diz isso todos os dias, mas a nossa casa fica aberta às crianças que são trazidas para cá, destacou Walmar Buarque. Mas como a Prefeitura pode dizer para a população não dar esmolas, se ela não apresenta uma solução para as crianças que serão retiradas da rua em função disso?, questiona. Infelizmente o Projeto Catarse só pode atender a 100 crianças, no máximo, lamentou Walmar Buarque. Mas e quanto as 1.600 crianças que estão abandonadas, para onde elas irão quando a população se conscientizar de que o ato de dar esmolas faz com que elas permaneçam nas ruas?, complementou o coordenador do Projeto Catarse.