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Pulseiras causam pol�mica em Macei�

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Se você acha que as tais ?pulseiras do sexo? ou ?pulseiras do amor? ? como são chamadas as pulseirinhas de silicone ou de plástico que ficaram famosas no noticiário nacional ? fazem parte de uma brincadeira isolada nas regiões Sul ou Sudeste do Brasil, acredite: você está enganado. Ou enganada. Antes mesmo de se tornarem manchete nacional, as pulseirinhas coloridas já eram bem conhecidas pela população jovem de Maceió. A brincadeira feita com os acessórios é basicamente a mesma: o menino ou a menina que estoura a pulseira no braço alheio tem direito a determinadas ?cortesias? de cunho sexual, que vão desde um selinho (beijo na boca sem usar a língua) até o ato sexual completo. Tudo depende da cor da pulseira estourada. Por exemplo, a pulseira amarela representa um abraço; a roxa, um beijo de língua; a vermelha, uma dança sensual no colo (lap dance). Outras cores permitem atos mais ousados entre os que integram o jogo sexual: a rosa, quando estourada, indica que a menina deve tirar a blusa; a azul indica a prática de sexo oral; a preta, a mais ousada, indica que os jogadores podem fazer sexo. Jovens substituem pulseiras do sexo por ?xuxinhas? O vendedor ambulante José Cícero dos Santos confirma: a venda das pulseiras de silicone despencaram consideravelmente após a polêmica divulgada no noticiário nacional. Fixado há sete anos em um ponto dos mais frequentados por jovens, em uma das portas de entrada do Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), ele chegava a vender, semanas atrás, doze pacotinhos ?cada um com 10 unidades, ao preço de R$ 1 ? diariamente. Hoje, não vende mais que dois por dia. ?As que mais saíam eram as pretas [na brincadeira, representa o ato sexual]. Mas depois das reportagens deixaram de comprar. Tô com esse monte aqui empacada,? diz, apontando para as bugigangas. ?E eu vou até deixar de vender essas pulseirinhas, antes que se torne proibido. Não quero problemas?, complementa o vendedor. MP: brincadeira pode sair do controle A repercussão dos crimes associados ao uso da ?pulseiras do sexo? divide as opiniões dos jovens em Maceió. Cássio Geaninne tem 18 anos, cursa Eletrotécnica no Instituto Federal de Alagoas (antigo Cefet-AL) e usa os adereços coloridos sem preocupação, embora afirme não participar da brincadeira de cunho sexual. ?Eu uso porque acho bonito, nunca usei as pulseiras para beijar ou agarrar ninguém. Acho que brinca quem quer. Também acho que esses crimes lá fora não têm nada a ver com usar ou não as pulseiras. Elas foram só um pretexto para os criminosos. As autoridades quiseram pôr a culpa nas pulseiras?, avalia o estudante. A opinião não é a mesma da garota C.G.P., de 15 anos, aluna de outra escola pública da capital. Há cerca de um mês, ela conta, foi beijada à força na rua onde mora, no bairro Chã da Jaqueira. A razão: usava pulseiras de silicone pretas nos braços. ?Proibir não resolve?, diz psicóloga ?A proibição não acaba com o problema, só aumenta a curiosidade entre os jovens?, resume a psicóloga Verônica Barbosa, do núcleo alagoano da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, reavivando aquela velha história: tudo que é proibido é mais atrativo. No caso das ?pulseiras do sexo?, a internet pode comprovar facilmente a tese. Depois da polêmica nacional criada em torno dos adereços, a maior comunidade no Orkut (site de relacionamentos) que aborda o tema passou a agregar mais de 152,8 mil membros. Isso sem falar das comunidades derivadas, que passam de cinco. Para Verônica Barbosa, a situação é preocupante e deve ser analisada considerando dois grupos envolvidos no problema: aquele que faz uso das pulseiras sem saber o significado delas em um jogo sexual e aquele que faz o uso intencional, ?para afirmação da sexualidade, de forma irresponsável?, na avaliação da psicóloga.

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