Confira os destaques da política nacional #CH11112020
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Por Cláudio Humberto | Edição do dia 11/11/2020 - Matéria atualizada em 11/11/2020 às 04h00
Poder sem pudor: Hierarquia respeitada
O jornalista Macário Batista lembrou certa vez que o Ceará, por duas vezes, deu combate aos marginais. Uma foi no tempo do coronel Gondim. Tirou todo mundo de circulação. A outra foi no governo de Virgílio Távora. Um dia, foram reclamar ao governador que havia denúncias de uma “limpa” na bandidagem do Ceará, promovida pelo Secretário de Segurança, General Assis Bezerra. Resposta de Virgílio: “Não posso fazer nada. Ele é General e eu sou só coronel.”
Bolsonaro perdeu a chance de ficar calado. De novo
O dia 10 de novembro será lembrado como aquele em que o presidente Jair Bolsonaro perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado ou de controlar os dedos nervosos produtores de textos, nas redes sociais, que fazem mal principalmente a ele mesmo. Na mensagem, “deplorável” até pelos mais próximos e fiéis auxiliares, Bolsonaro comemora o que imaginava ter sido o “fracasso” da vacina chinesa, uma das esperanças contra a covid-19. O presidente pareceu mesquinho e sobretudo cruel.
Erro grotesco
O pior é que o dia 10 acabou sem que Bolsonaro tenha se desculpado pelo erro grotesco de avaliação dos fatos que inspiraram seu comentário.
Eu sou o máximo
No post, Bolsonaro pretendeu enumerar supostos males causados pela vacina (“morte, incapacidade” etc) e ainda se jactou de seu “acerto”.
Vale-tudo, não
Se se informasse, o presidente criticaria o governo paulista por esconder o óbito, talvez por razões eleitorais. Preferiu a barbárie do vale-tudo.
Beócios são estáveis
Ministros com gabinete no Planalto atribuem a “assessores da área de comunicação” ou ao filho Carlos, o post de Bolsonaro comemorando o suposto “fracasso” da vacina chinesa. Esperou-se o dia todo, em vão, que o presidente os desautorizasse. E até demitisse alguns beócios.
Desinformação
A confusão sobre vacina chinesa ocorreu porque São Paulo escondeu a morte do voluntário, revelada só depois da interrupção dos estudos clínicos. Esconderam o óbito até da Anvisa, que demorou a reagir.
Odor eleitoral
No Ministério da Saúde, a certeza é que o governo de São Paulo temia prejuízos à campanha de Bruno Covas, caso cumprisse o dever, como Oxford, de suspender os testes antes mesmo de a Anvisa ser informada.
Pensando bem...
...na briga entre Bolsonaro e Dória, perdem os dois e todos nós. A covid agradece.
Dilma quer indenização de ‘perseguida’ pela 4ª vez
A ex-presidente Dilma Rousseff já obteve indenização de “perseguida política” em três comissões estaduais de anistia, mas achou pouco. Agora, ela tenta arrancar dinheiro do governo federal, mas, como as chances são reduzidas, seus advogados têm solicitado sucessivos adiamentos no julgamento do caso pela Comissão Nacional de Anistia. Pediu de novo, alegando que a pandemia pode prejudicar sua pretensão. A Comissão se reunirá pela última vez no fim do mês, este ano.
Atirando para todo lado
Além de uma indenização que pretende milionária, como pagamento retroativo, Dilma ataca também em outra frente, de um antigo emprego.
Ainda quer aumento
Dilma também pretende reajuste de sua aposentadoria como economista do Instituto Federal do Rio Grade do Sul (IFRS).
Manobra esperta
O pedido de reajuste no IFRS esconde outra manobra: se for concedido, ela pretende receber uma bolada, retroativamente.
Faz de conta lucrativo
Ela ficou afastada das funções no IFRS, até ser reintegrada. Agora quer que o período de afastamento seja contado como “trabalhado”.
Presidente fora
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comemorou os R$21,5 milhões liberados “pelo governo federal” para ajudar seu estado, o Amapá, a enfrentar o apagão. Não mencionou Jair Bolsonaro, claro.
Caso de desleixo
A imagem das pesquisas piorou com a impugnação do Datafolha sobre a eleição em São Paulo. Impressiona a fundamentação do juiz. Inclui até a falta de assinatura do estatístico responsável pela pesquisa.
Eleição pelo celular
Presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso disse que empresas devem apresentar um novo modelo de eleição digital, usando o celular. Segundo ele, a urna eletrônica é confiável, mas custa muito caro e “a cada dois anos temos que substituir 500 mil e isso custa R$700 milhões”.
Ex-partido grande
Arthur do Val, o Mamãe Falei do Youtube, começou a campanha para prefeito de São Paulo com apenas 1% nas pesquisas, e agora já tem 5%. Empatou tecnicamente com o petista Jilmar Tatto.
Aposta no sucesso
Na coletiva em que lançou o projeto de privatização do Porto de Itajaí (SC), o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) disse que não tem dúvidas que essa desestatização “será um projeto bem-sucedido”.