Congresso
Senadores gastam R$ 2,7 milhões em ‘cotão’ sem atividade legislativa

O governo parece macaco num Airbus apertando todos os botões”

PODER SEM PUDOR: Cheiro de vitória
Orestes Quércia (MDB) conta que só 45 dias antes teve certeza de que venceria a eleição para governador de São Paulo, em 1986. Eram 5h da manhã, e ele, de megafone em punho, pedia votos na porta de uma fábrica. De repente, um Opala Diplomata branco (o carro mais chique da época) parou e dele desceu um homem elegante, de sorriso confiante. Era Fernando Henrique Cardoso, candidato ao Senado pelo MDB, que ainda não havia comparecido a um só comício.
Quércia foi à forra, aos gritos:
— Vencemos! Vencemos! Isso é uma prova de que vamos vencer!
E apontou para FHC, que, atônito, voltou ao Opala branco e sumiu. Jamais perdoou Quércia.
Senadores ‘indenizam’ despesas sem trabalhar
O Senado teve apenas um único dia de trabalho nos dois primeiros meses de 2025, mas os senadores já conseguiram drenar para seus bolsos mais de R$ 2,7 milhões em “ressarcimento de despesas” por meio da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, o chamado “cotão”, mecanismo criado para turbinar os salários de suas excelências. O ano legislativo nem começou de fato: não há projetos aprovados, nem mesmo o Orçamento de 2025, mas eles já obtiveram R$ 763,4 mil em reembolsos com… gasolina.
Adoram viajar
Só em passagens foram R$ 300,1 mil este ano. O líder do governo Lula, Randolfe Rodrigues (PT-AP), gastou R$ 54,1 mil por nossa conta.
Minha imagem primeiro
A “divulgação da atividade parlamentar”, que inclui gastos com propaganda dos senadores, assessorias e gráficas, custou R$ 437.339,03.
Jeitinho
O cotão parlamentar (entre R$ 26,3 mil e R$ 55,4 mil por mês, dependendo do estado do senador) banca desde cafezinhos a aluguéis.
Muito mais gasto
O salário dos senadores, reajustado este mês, é de R$ 46,3 mil, além de R$ 133,1 mil por mês para pagar assessores do gabinete.
Rombo pode impedir Correios de honrar obrigações
O déficit de R$ 3,2 bilhões nos Correios em 2024 foi o maior da história da estatal, superando o prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015. O valor equivale a metade do déficit total das 20 estatais federais consideradas não dependentes do Tesouro Nacional, cujo rombo somado chegou a R$ 6,3 bilhões. Com um possível prejuízo de R$ 5 bilhões em 2025, considerando que os dois primeiros meses já registram R$ 1 bilhão em perdas, a situação se torna desesperadora após a própria direção dos Correios admitir o risco de “insolvência”.
Calote pode vir aí
Ao reconhecer o risco de insolvência em documentos internos, os Correios sinalizam dificuldades para honrar suas obrigações.
Mão boba no bolso
Para cobrir o rombo, a estatal precisaria de medidas drásticas ou de uma “intervenção externa”, ou seja, dinheiro dos pagadores de impostos.
Gestão patinando
Os Correios adotaram um teto de gastos, suspenderam contratações temporárias e buscaram renegociar contratos, mas o rombo persiste.
Conta longe de fechar
O Portal da Transparência aponta que o governo Lula (PT) arrecadou pouco mais de R$ 1 trilhão em 2025 até a sexta-feira (28), mas os gastos já passaram de R$ 1,54 trilhão.
Não param de voar
Os gastos do governo Lula (PT) com viagens saltaram de R$ 64,7 milhões em 21 de fevereiro para quase R$ 80 milhões até sexta-feira (28). Mais de R$ 2 milhões por dia.
O rombo Dilma
Nem a fortuna de US$ 420 bilhões de Elon Musk, o ser humano mais rico da história, cobriria o rombo deixado por Dilma Rousseff (PT). Em 2015, o PIB brasileiro encolheu em mais de US$ 650 bilhões em relação ao ano anterior.
Não faz sentido
Três dos ministros mais apagados – Simone Tebet (Planejamento), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos) – aparecem como os “melhores”, segundo pesquisa AtlasIntel com 2.595 eleitores.
Tudo indefinido
O “acordo” entre STF, Executivo e Legislativo para liberar o pagamento de emendas parlamentares ainda não definiu se o caráter impositivo das emendas é constitucional e nem as próprias “emendas Pix”.
Objetivo de sempre
Para Jair Bolsonaro, o pedido do PT ao STF para punir seu filho Eduardo Bolsonaro tem o objetivo de abrir caminho, na Comissão de Relações Exteriores, para 37 acordos assinados pelo governo Lula com a China, incluindo um empréstimo de R$ 4 bilhões do Banco dos BRICS ao BNDES.
Showmícios
A ministra Margareth Menezes (Cultura) aproveitou o Carnaval para faturar com apresentações em Salvador (BA) e Campo Grande (MS), antes mesmo do fim de semana acabar.
Nem porco aguenta
Levantamento da Safras & Mercado, com dados da Secretaria de Comércio Exterior, aponta que o preço da carne suína aumentou 30,3% em fevereiro, em relação ao mesmo período de 2024, apesar do crescimento da oferta.
