Crise comercial
Ausência de Lula em mobilização contra tarifaço causa estranheza

[Celso] Amorim nos colocou num limbo diplomático muito ruim”

O ex-presidente da Câmara dos Deputados dizia ser o único Severino em Pernambuco que não era tratado por “Biu” e sim “Zito”. Só não contou a história: em 1980, o então deputado estadual Severino Cavalcanti (Arena) não se conformou com a recusa do pároco de Ribeirão (PE), Vito Miracapillo, de rezar missa pelo 7 de Setembro, por considerar que o brasileiro ainda não havia conquistado “a efetiva independência”. Como a Lei dos Estrangeiros veda o ativismo político a não-brasileiros, Severino exigiu a expulsão do padre. Sua cruzada lhe rendeu o apelido “Zito”, uma referência ao padre Vito.
LULA SE AUSENTA DA MOBILIZAÇÃO CONTRA TARIFAÇO
Deixa intrigados políticos e empresários a ausência de Lula (PT) nas iniciativas para tentar contornar a crise que ele criou com declarações insultando o presidente Donald Trump e valores dos EUA, como a própria moeda americana, que resultaram no tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. Lula não integra o “comitê de crise”, não participou de reuniões com os setores mais afetados pelas tarifas e nem mesmo assinou a carta enviada aos americanos clamando por negociação.
PEDINDO ARREGO
Com a vacância inesperada, o vice Geraldo Alckmin assumiu o encargo até de assinar a carta pedindo arrego, em nome do governo brasileiro.
CAPITULAÇÃO
Para disfarçar a admissão de derrota, a carta cita “indignação”, coisa e tal, para finalmente pedir negociação. Ainda não obteve resposta.
CHÁ DE SUMIÇO
A ausência de Lula ganhou explicações variadas entre petistas, desde “ele não está bem” até “não se sente confortável com o assunto”.
PERDIDOS NA NOITE
Até a noite dessa terça-feira (16), o governo Lula não sabia nem mesmo a quem se dirigir, tal a falta de diálogo com o governo dos EUA.
RAÍZEN FECHA USINA EM SP COM POLÍCIA NA PORTA
Os funcionários da Usina Santa Elisa, da Raízen, em Sertãozinho (SP), foram surpreendidos com seu fechamento na presença da polícia, para supostamente evitar depredações, após a usina registrar prejuízo de R$2,7 bilhões no 3º trimestre da safra 2024/25. Já se esperavam más notícias da Raízen, mas fechar a usina “por tempo indeterminado” joga mais de 2 mil trabalhadores na rua da amargura. A Raízen, que opera os postos Shell, chamou isso de “estratégia de reciclagem de portfólio”.
PEDRA CANTADA
A crise da Raízen provocou queda de mais de 20% em suas ações no ano. Agora, ganhou contornos de escândalo no setor de combustíveis.
OS POSTOS VAZAM
Pressionados a comprar um volume grande para estancar a sangria da Raízen, os revendedores já trocam a Shell por bandeira branca.
GIGANTE AGONIZANTE
A Raízen é a segunda maior distribuidora de combustíveis, com 15,71% do mercado. Perde apenas para a Vibra (ex-BR Distribuidora), com 23,78%.
CHINELADA NA BOCHECHA
Outra canetada monocrática de ministro do STF dá alegrias a Lula: anulou decisão majoritária do Legislativo que barrou o aumento do IOF, tido como inconstitucional. O Congresso já reflete sobre a própria existência.
SEM SURPRESAS
Chamou atenção em Brasília a fala de Fernando Haddad (Fazenda) sugerindo “harmonia” com Alexandre de Moraes (STF) na crise do IOF. Taxxad fez questão de divulgar haver recebido ligação de Moraes.
O POVO PAGA
O senador Rogério Marinho (PL-RN) aposta que “Lula quer o caos” para esconder o buraco fiscal que criou. O parlamentar diz ainda que o aumento do IOF é a fatura da incompetência.
COMENDO JABUTICABA
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou o resultado da disputa dos Estados Unidos com outros países e como a coisa desandou no Brasil: “Moraes dobra aposta e Lula come jabuticaba”.
AMPLIOU
Foi vitória do deputado Arthur Lira (PP-AL) a ampliação da redução parcial do Imposto de Renda para quem ganha até R$7.350,00. A proposta original do governo era mais modesta, parava em R$7 mil.
ESSE VALE?
O Ministério Público Federal homologou o acordo de leniência da Trafigura, que irá pagar R$435 milhões para encerrar ação por subornar agentes da Petrobras, como revelou a Lava Jato, em 2017.
MEMÓRIA
A delação de um executivo da multinacional Trafigura, em 2017, apontou pagamento de propina na Petrobras a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento. O primeiro delator da Lava Jato já faleceu.
JÁ PASSOU
Paulo Roberto Costa citou na sua delação, por exemplo, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT condenado a 15 anos na Lava Jato que, claro, teve a condenação anulada no ano passado pelo STF.
PENSANDO BEM…
…de repente, “a questão Bolsonaro” é apenas detalhe na Praça dos Três Poderes.
