Crise em Brasília
Em defesa da soberania nacional, julgamento de Bolsonaro tem o primeiro dia com acusação aos réus pelo plano golpista
Agora os esforços são para diminuir os danos

PODER SEM PUDOR

O parafuso de Suplicy
O então líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), encontrou um parafuso no chão azul do plenário. Bem-humorado, gritou: “Quem perdeu um parafuso?” Alguém respondeu lá do fundo: “É da cabeça de Suplicy!”. Todos caíram na gargalhada, exceto – claro – o pai do roqueiro Supla.
Julgamento faz história como o mais previsível
O julgamento na 1ª Turma do STF iniciado ontem (2), que põe mais um ex-presidente da República no banco dos réus, é também um dos mais previsíveis da história do Direito: ninguém aposta na absolvição de nenhum dos réus, ainda que seus advogados tenham se esforçado nas alegações de falta de provas. Nos meios políticos e jurídicos de Brasília a voz corrente é que os acusados já estão condenados há muito tempo, faltando apenas definir a dosimetria das penas para cada um dos oito réus.
Apenas uma dúvida
Resta apenas incerteza em relação ao voto do ministro Luiz Fux, juiz-raiz de cuja cabeça não se sabe o que sairá. Bem ao contrário dos demais.
‘Cartas marcadas’
Descrente em julgamento justo e imparcial, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), definiu o caso como “cartas marcadas”.
Dúvida disseminada
Acusações de perseguição a Bolsonaro, feitas por Donald Trump, ajudaram a lançar dúvidas internacionalmente sobre o julgamento.
Holofote garantido
Além de quase todas as manchetes da imprensa, “Bolsonaro” se tornou o termo mais pesquisado online no Brasil, ontem, segundo o Google Trends.
Derrotas na CPMI caem na conta de Gleisi
Alçada ao posto de ministra para resolver quem assumiria a presidência do PT, Gleisi Hoffmann virou dor de cabeça à frente da Secretaria de Relações Institucionais. A pasta, que cuida da (des)articulação política do governo, acumula derrotas na CPMI que apura as falcatruas no INSS. Já na largada, tomou drible da oposição e perdeu a presidência e a relatoria. A crise da vez é com o MDB, que tem quadros desertando da tropa de choque de Lula. Ao todo, já são oito trocas na comissão.
Missão dificultada
O plano era viabilizar Gleisi para o Senado, no Paraná, mas o cenário se torna cada vez mais difícil: a irascível petista afasta até aliados.
Na modéstia
Gleisi já parece ter jogado a toalha: anda dizendo que vai tentar a reeleição como deputada federal para garantir bancada.
Péssimo histórico
Gleisi conseguiu o que parecia impossível: soma mais derrotas que o antecessor trapalhão Alexandre Padilha. E já enfrenta fritura moderada.
Fake news oficial
O Brasil de Lula encarou como desprestígio ficar de fora do acordo entre Rússia e China para que as agências Tass e Xinhua, com histórico de serviços prestados às respectivas ditaduras, unam forças na divulgação de “notícias” em chinês, russo e inglês.
Sonha geral
Durante depoimento à Comissão de Segurança Pública no Senado, o ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, disse que uma acareação com o ministro do STF seria “a realização de um sonho”.
Pegou fogo
Esquentou o clima na Comissão de Segurança do Senado com o depoimento de Tagliaferro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o ministro Moraes de requentar provas.
Outra prioridade
Comitiva da Confederação Nacional da Indústria chega a Washington para tentar diálogo com o governo Trump sobre tarifas. O governo Lula, porém, se concentra em sua real prioridade: o julgamento de Jair Bolsonaro.
Dê o fora!
Enquanto começava o julgamento de Bolsonaro, os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, eram pressionados a desembarcar do governo Lula (PT).
Tem quem não goste
De acordo com dados do IBGE, o PIB brasileiro cresceu 2,5% nos primeiros seis meses do ano. No mesmo período, o PIB do agronegócio subiu mais de 10%, quatro vezes a média nacional.
Alô, Greta!
Tarifas, Israel-Hamas e julgamento dominam as manchetes, mas, no Canadá, queimadas florestais voltaram a bater recorde: mais de 73 mil km² já foram destruídos este ano, segundo pior da história.
Em breve, 100% público
Não satisfeito com os gastos públicos recorde, o governo Lula anunciou que planeja adicionar outros 89 mil postos de trabalho em 2026, sendo que 91% das vagas seriam para o governo federal.
Pensando bem…
…teatro tem definição: local onde se apresentam obras dramáticas ou outros espetáculos públicos.
