INVESTIGAÇÃO
Roubo aos aposentados
Organização criminosa encontra caminho fácil e apadrinhamento político

INSS estava pronto para ser saqueado, diz relator
O relator da CPMI que investiga o roubo aos aposentados, Alfredo Gaspar (União-AL), se disse impressionado com a facilidade com que a organização criminosa “saqueou” o INSS. “[Impressiona] a falta de qualificação das pessoas dessa estrutura criminosa, que capturaram bilhões de reais”, afirmou o deputado ao podcast Diário do Poder, no YouTube. “A gente pensa que, para ser bandido nessa magnitude, precisa ser altamente inteligente, mas essas pessoas percorreram caminhos comuns”.
Regras frouxas
“Não houve engenharia tão complexa”, apontou Gaspar, atribuindo a roubalheira ao afrouxamento de regras para criação das “associações”.
Padrinho tem
Gaspar disse que o dinheiro “estava fácil”, mas não tem dúvida: houve apadrinhamento político para viabilizar o esquema bilionário.
Assim fica difícil
O relator listou os obstáculos enfrentados pela CPMI: “habeas corpus exagerados no STF, interesses partidários e proteção da classe política” prejudicam o trabalho.
Não atrapalhar já ajuda
Alfredo Gaspar afirmou que a CPMI ainda tem muito a investigar, e que os ministros do STF poderiam evitar medidas que dificultem esse trabalho.
CPI do Crime Organizado prioriza rolê na COP-30
Instalada há dez dias, a CPI do Crime Organizado caminha para dar em nada. Dominada por governistas no Senado, a comissão nem sequer conseguiu realizar sua reunião inaugural. Parte dos membros preferiu embarcar na comitiva da COP-30, bem longe de Brasília. O presidente da CPI, senador Fabiano Contarato (PT-ES), e até o relator, Alessandro Vieira (MDB-SE) — que pediu a criação da CPI —, estão na caravana de Davi Alcolumbre (União-AP) em Belém. A próxima reunião está marcada apenas para terça-feira (18). E olhe lá.
Números não mentem
A baixa quantidade de requerimentos revela o escasso interesse na CPI governista. Até agora, nem 90 pedidos foram protocolados.
Contraste
A CPMI do INSS, que levou à prisão de Alessandro Stefanutto, nomeado por Lula, bateu 500 requerimentos em menos de 24 horas.
Sexo dos anjos
Até agora, a CPI do Crime Organizado se concentrou em convidar burocratas — muitos dos quais nunca pisaram em áreas dominadas por facções — para falar no ar-condicionado.
Cadê Weverton?
Após Paulo Pimenta (PT-RS) afirmar que o governo “não blinda” políticos suspeitos na CPMI do INSS — o que não se confirma na prática —, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) pediu seu apoio imediato à convocação do senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder de Lula e primeiro político citado no escândalo.
Sanciona, Lula
Para Alfredo Gaspar, o projeto que proíbe o desconto associativo automático — já aprovado pela Câmara e pelo Senado — é a única forma de pôr fim à roubalheira. Falta apenas a sanção de Lula.
Sol quadrado
Eric Douglas Martins Fidelis depunha na CPMI quando soube que seu pai, André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS, foi preso pela PF, por ordem do ministro André Mendonça.
Filme repetido
O senador Sérgio Moro (União-PR) fez questão de registrar que três dos presos na quinta-feira (13) foram nomeados por Lula: “a história se repete”. Todos foram afastados por decisão da Justiça, e não pelo presidente.
Lula estático
Estagnado nas pesquisas de intenção de voto, “Lula é uma estátua política que o povo não quer mais cultuar”, segundo o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que defende candidatura única da oposição.
Pedra cantada
Em julgamento previsível, Eduardo Tagliaferro entrou para a longa lista de réus já condenados. Ex-assessor de Alexandre de Moraes, ele responderá por “vazamento de informações” — na verdade, denúncias graves que não serão investigadas.
Agora ficou sério
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou que as investigações chegaram ao primeiro escalão do esquema de desvios: “formado por políticos”.
Culpados no espelho
A ONU, dona da marca COP, enviou carta cobrando o governo brasileiro por falhas na segurança e na infraestrutura do evento. O governo alegou ter “atendido todas as solicitações”. Cara de pau dupla: há dois anos Belém foi definida como sede e as limitações são amplamente conhecidas.
Pergunta na jurisprudência
O ‘núcleo político’ do roubo aos aposentados atentou contra a democracia?

PODER SEM PUDOR
De olho no cargo
O jornalista mineiro Olavo Drummond — que foi deputado estadual, procurador da República, ministro do Tribunal de Contas da União e secretário de Juscelino Kubitschek — encerrou a carreira política em 1997 como prefeito de Araxá, sua terra natal. Era tucano, e seu vice, petista. Certo dia, Drummond pegou uma gripe forte e precisou se licenciar. Foi quando a esposa do vice-prefeito foi flagrada num mercadinho, conversando com uma amiga que perguntou sobre a saúde do prefeito. A resposta virou piada:
— “Fiquei sabendo que o Dr. Olavo teve uma piorazinha boa…”

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Empresários do ramo de hotelaria em Alagoas, MAURO VASCONCELOS e seu filho MAURINHO projetam novos empreendimentos no estado
