Crise Política
Governo avalia possíveis retaliações do PL após prisão de Bolsonaro

Oração virou crime”
PODER SEM PUDOR: Mestre do clientelismo
Raposa política mineira, José Maria Alkimin foi também mestre do clientelismo, naqueles tempos em que ninguém levava a sério concurso para ingressar no serviço público. Certa vez, ele recebeu um rapaz que havia solicitado um emprego no Estado, desafiando-o com inteligência:
“Estou desanimado, dr. Alkimin. Acho que não vou conseguir…”
A raposa lembrou: “O que é isso, meu filho? Esqueceu que me tem como padrinho?”
O homem insistiu: “É que são muitos candidatos, dr. Alkimin…”
O político sentenciou: “Mas eles não me têm como padrinho…”
O rapaz seria nomeado uma semana depois.
Governo teme ‘vingança’ após prisão de Bolsonaro
Entraram no radar governista ao menos três retaliações após a prisão de Jair Bolsonaro. O PL deu uma guinada contra o projeto da Dosimetria e não aceita falar em redução de pena, mas em anistia. O presidente da Câmara, Hugo Motta, avisou que não irá pautar o texto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), lembra que o partido só pediu uma coisa a Motta e a Davi Alcolumbre, durante a campanha para presidência das respectivas Casas: votar o texto. E eles prometeram que o fariam.
Nada anda
Na reunião do PL, nesta segunda (24), fechada à imprensa, a palavra de ordem era obstrução: travar tudo no Senado e na Câmara.
E a grana?
A preocupação do governo é com o Orçamento de 2026, já atrasado. O líder na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), estridente, ajuda a piorar o clima.
Sem ajuda
Motta repetiu Arthur Lira e “demitiu” o interlocutor de Lula na Câmara. Não quer saber de Lindbergh, trata só com José Guimarães (PT-CE).
Espera sentado
No Senado, a situação azedou para Jorge Messias, indicado ao STF. Se aprovado, o “Bessias” cairá justamente na turma que julga Bolsonaro.
Ação da Raízen/Shell na B3 despenca para R$ 0,82
Literalmente, cai pelas tabelas a distribuidora de combustíveis Raízen S/A, sócia da Shell, controlada pelo ex-magnata Rubens Ometto. A ação da empresa, cotada a R$ 6,22 em 2021, foi caindo e fechou em R$ 0,82 nesta segunda (24), mesmo com alta da B3, a bolsa do Brasil. Investidores em geral comemoram queda no valor de ações porque isso pode significar oportunidade de comprar papéis de boas empresas por preço menor. Exceto se o papel exalar odores de cadáver insepulto.
Capivara alentada
Na capivara da Raízen, há até acusação de formação de cartel no Cade, o Conselho de Defesa Econômica do Ministério da Justiça.
Devedor contumaz
Apesar do débito milionário, a Raízen é uma das donas do Instituto Combustível Legal (ICL) e faz campanha contra o “devedor contumaz”.
Barricada per capita
Cláudio Castro (PL) revelou que seu governo mapeou 13 mil barricadas anti-blindados da polícia nas ruas de apenas cinco municípios do Rio. A operação iniciada ontem (24) prevê remover todas até o final de 2026.
Derrota à vista
Das derrotas que o governo Lula (PT) espera no Congresso, após a prisão de Jair Bolsonaro, está a qualificação de facções criminosas como terroristas. Até escapou na Câmara, mas deve ser retomada no Senado.
Conta outra…
O Boletim Focus registra que a Selic foi mantida em 15% por “recuo da inflação, desaceleração da economia e ambiente externo incerto”. E repete a previsão feita há um ano: em 12 meses, a Selic cairá a 12%.
Cunha de volta
Hoje dedicado à advocacia, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que se enrolou no Mensalão no primeiro governo Lula (PT), ensaia seu retorno: foi homenageado na Câmara de Osasco, sua cidade.
Novo embaixador
O Itamaraty concedeu agrément à indicação de Raúl Graugnard para o cargo de embaixador plenipotenciário de Honduras em Brasília a partir de 19 de dezembro. O futuro embaixador é um apaixonado pelo Brasil.
Votação em 2026
A indicação de Jorge Messias ao STF não havia nem chegado às mãos de Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado, até ontem (24). Com isso, a indicação nem relator tem. Análise e voto devem ficar mesmo para 2026.
Espera sentado
Governistas não receberam bem a nota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sobre a sabatina de Jorge Messias, indicado ao STF. O vago “no momento oportuno” sinaliza um chá de cadeira para o “Bessias”.
Pensando bem…
…manchetes desfavoráveis ao governo Lula e aliados foram rapidamente substituídas com a prisão de Bolsonaro.

