Arquidiocese de Maceió ganha cinco novos diáconos-transitórios
Ainda nas alegrias de ter vivenciado uma das maiores festas de todos os tempos em honra à Nossa Senhora dos Prazeres, a Arquidiocese de Maceió viveu momentos de muito júbilo no último domingo (01). Naquela manhã, foram ordenados cinco novos diáconos-trans
Por junior chagas | Edição do dia 10/10/2019 - Matéria atualizada em 11/10/2019 às 16h49
Ainda nas alegrias de ter vivenciado uma das maiores festas de todos os tempos em honra à Nossa Senhora dos Prazeres, a Arquidiocese de Maceió viveu momentos de muito júbilo no último domingo (01). Naquela manhã, foram ordenados cinco novos diáconos-transitórios: são aqueles que, após um tempo de recebimento do primeiro grau do Sacramento da Ordem, serão ordenados sacerdotes da Santa Madre Igreja.
Edson Gabriel dos Santos, Kledson Alves de Souza, Luiz Antônio do Nascimento Silva, Michael Jonnathan da Silva Gomes e Sérgio Ricardo Soares de Oliveira foram ordenados diáconos por imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, durante a Celebração Eucarística realizada às 09 horas na Catedral Metropolitana de Maceió.
Uma imensa multidão lotou a Igreja-Mãe para acompanhar os neo-diáconos neste importante momento de suas vidas. Inúmeros sacerdotes tanto da Arquidiocese quanto de longe da Província Eclesiástica das Alagoas, diáconos-permanentes, seminaristas e leigos se fizeram presentes para rezar pelos novos servos do Povo de Deus.
Segundo o diácono Michael Jonnathan, “O primeiro grau do Sacramento da Ordem tem caráter: ou seja, é indelével. Ainda que sejamos ordenados sacerdotes, devemos lembrar que seremos sempre diáconos”, disse ele. Complementando este pensamento, diz o Diácono Edson Gabriel que “o Diácono é o Servidor do Povo. E ele realiza este Serviço unido ao Cristo Servo de todos. De fato, Cristo veio para Servir e dar sua vida, veio para Servir e não para ser servido. O Diácono é o anunciador, o proclamador das maravilhas de Deus”.
Durante a homilia da Santa Missa, o Dom Antônio falou sobre três características sobre as Sagradas Escrituras que devem ser lembradas. Toda a Escritura se baseia em três pilares: a Torá, que significa mais do que a Lei, que é uma instrução para a vida. Sabedoria, que elege de mais prudente e sensato na vida do Povo de Deus; e a linguagem profética, que junto com a Sabedoria e a Instrução, aponta para o futuro.
“Estas três ordens estão dentro de uma mesma dinâmica: a dinâmica do serviço. E, hoje, o primeiro grau da ordem é justamente para lembrar esta característica da Igreja. A missão da Igreja é ser servidora tanto quanto Nosso Senhor, que disse ter vindo a este mundo para servir e não para ser servido”, disse Dom Antônio, lembrando que além do serviço, a Igreja também tem a característica da humildade.
“Que Deus nos ajude e nos ensine a conservar estas coisas em nossos corações, como ela conservava a Palavra de Deus e sobre ela meditava. Que vocês vivam esta diakonia segundo a Graça Divina para que, dentro de alguns meses, vocês estejam vivenciando o segundo grau do Sacramento da Ordem”, finalizou o Metropolita.
Tendo escolhido como lema do seu diaconato e do sacerdócio a frase de João 3,30 - “Que Ele cresça e que eu diminua” - diz o diácono: “A minha proposta de vida sacerdotal é que tanto o nome de Deus quanto a Pessoa de Deus sejam glorificados em cada uma das minhas ações do ministério sacerdotal: em cada Missa, em cada Visita, em cada Confissão... enfim. Quero que a minha vida seja vivida para a maior Glória de Deus”.
Sobre a sua vocação ao sacerdócio, ele reflete ter começado quando tinha apenas cinco anos de idade. “Acompanhando minha avó em cada Celebração Eucarística, eu olhava para o padre e dizia ‘quero ser como aquele homem de branco’. Brincava de rezar a Santa Missa em casa e sempre pensei em avançar para águas mais profundas”, disse ele, lembrando que sua jornada vocacional começou aos 12 anos de idade nos encontros vocacionais no Seminário Arquidiocesano de Maceió. Aos 17 anos, cursou um ano de Propedêutico em Palmeira dos Índios e retornou à capital alagoana para percorrer os demais anos de Filosofia, Teologia e Estágio Pastoral.
Kledson Alves de Souza
“Seduzistes-me, Senhor. E eu me deixei seduzir” (cf. Jr 20,7), segundo o Diácono Kledson, é a mensagem que muito tem a ver com a sua própria vida. “Pensei neste lema por causa da minha história. Por muito tempo, eu resisti ao chamado de Deus. Até quase segui o matrimônio, mas não senti que a vida de casal era para mim. Depois de anos de resistência e de fuga dos chamados do Senhor, pensei até que minha vida seria a vida consagrada”, disse ele, que chegou até mesmo a viver experiências com a Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP).
Mas ele comenta que houve uma pessoa muito importante em sua jornada vocacional: o Monsenhor José Augusto. “Tive muitos encontros com ele e conversamos bastante durante muito tempo. Em nossas conversas, ele me pedia duas coisas: sigilo e oração constante. Ele mesmo me disse uma vez que me via como padre, mas nunca quis comentar diretamente porque acreditava não ter o direito de mudar a vida dos outros a não ser que lhe seja pedido algum conselho”, disse o diácono, que chegou ao discernimento após dois anos de encontros vocacionais.
Edson Gabriel dos Santos
O Lema da sua Ordenação Diaconal encontra-se no Evangelho de São Lucas (Cf. Lc 22, 27): "Eu estou em vosso meio como aquele que vos serve." Para ele, é um Lema que corresponde a todo um programa de vida. “Este Lema é o motivador do ministério diaconal que abracei com entusiasmo e esperança no caminho para o sacerdócio ministerial”, disse ele.
O chamado ao sacerdócio começou quando morava em Campos, na então Comunidade Nossa Senhora da Penha (hoje Paróquia), coordenando a Liga Jovem Católica. Ao observar os trabalhos dos Padres Redentoristas e, logo após, um sacerdote em especial, não teve dúvidas em seguir o chamado. “Era o Padre Gilson Mota. O seu zelo, o seu ardor, o seu entusiasmo moço me impulsionaram e me fizeram pensar em servir ao Senhor mais radicalmente. A atitude que abracei foi a de aproximar-me daquele jovem sacerdote, que inclusive era Formador e Reitor do Seminário Diocesano. Não tive dúvidas, então, de que realmente desejava ser sacerdote”.
Luiz Antônio do Nascimento Silva
Assim justifica o Diácono Luiz Antônio a escolha do seu lema “Fiz-me tudo para todos a fim de salvar a todos” (cf. I Cor 9,22): “Este lema representa o doar-se, o entregar-se totalmente de todas as formas e de todas as maneiras para salvar a todos. Para mim, ser padre é colocar minha vida à serviço e à disposição da humanidade e colocar-me a serviço de todos aqueles que mais necessitam do amor misericordioso de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Sobre sua vocação ao sacerdócio, comenta o diácono: “A vocação surgiu ainda na infância. No entanto, ao longo do tempo, senti que a perdi. Mas foi participando da Sagrada Eucaristia, participando das missas como coroinha e conversando muito com o meu pároco sobre Cristo e sobre o prazer e a alegria de entregar a vida ao serviço dos outros foi que reacendeu o desejo de servir a Nosso Senhor e terminou por culminar neste momento. Agora, aguardo ansiosamente a ordenação presbiteral”.
Sérgio Ricardo Soares de Oliveira
A vocação sacerdotal estava presente na vida de Sérgio Ricardo desde criança. “Eu achava interessante a figura do sacerdote. Mas não era tão firme porque era meio que ‘coisa de criança’”, disse ele. Sentiu que a vocação foi meio que afastada no período da adolescência. No entanto, foi graças a um retiro da catequese paroquial para receber o Sacramento da Crisma que acreditou ser chamado a mergulhar para águas mais profundas. E, aos poucos, reacendeu o desejo de ser padre.
É por isso que o seu lema de Ordenação Diaconal é “Não fostes vós que me escolhestes, mas foi eu que vos escolhi” (cf. Jo 15,16). “Não foi uma ideia obstinada que eu tive e nem meramente foi tudo fruto do meu esforço humano. Muitas vezes eu tive cansaços, desânimos e tive vontade de desistir. Mas foi o Coração de Jesus que me incentivou a estar na caminhada. A iniciativa não é minha: é sempre dele. Se hoje estou nesta condição de Diácono, foi graças a Cristo que me escolhe, apesar de mim mesmo, para me associar ao número de seus chamados e que servirão ao Seu Povo”, disse o diácono, lembrando que a mensagem escolhida serve para recordá-lo de que o ministério não é dele, mas é de Nosso Senhor Jesus Cristo.