Cem anos após a elevação de Diocese de Alagoas para Arquidiocese de Maceió, completados nessa quinta-feira (13), o decreto assinado pelo Papa Bento XV, permanece conservado no Arquivo da Cúria Metropolitana, localizada no bairro da Farol, na capital alagoana.

Luiza Sahara é a guardiã do documento, composto de papel manteiga, escrito à mão, com a assinatura e selo do sumo pontífice. “Podemos observar que se trata de um documento de 100 anos, onde temos todo cuidado no seu manuseio. Por isso, ele não apresenta nenhuma avaria, como manchas ou presença de insetos”.

Além do original existem mais cinco cópias usadas por estudantes e pesquisadores que visitam o arquivo da Cúria para estudar o documento que se mantém graças a ideia de Dom Antônio Muniz, em conservar a história da Arquidiocese.

“É importante mantermos viva e de forma concreta a história da Igreja em Alagoas, principalmente neste ano de comemoração do Centenário da nossa Arquidiocese. O arquivo, assim como os documentos históricos, está aberto à comunidade para que todos possam conhecer a nossa história, a nossa caminhada”, disse o arcebispo metropolitano.

ARQUIVO DA CÚRIA METROPOLITANA

A partir de 2013, o projeto Alagoas Histórica Digital passou a unir a tecnologia do Instituto de Computação aos conhecimentos do curso de História, ambos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), para recuperar e disponibilizar documentos antigos na internet da Arquidiocese de Maceió.

A coleção eclesiástica reúne itens que vão de fins do período colonial à República. São livros de batismo, casamento e óbito (o que representa o maior número de itens do acervo); grande parte das edições publicadas pelo jornal centenário “O Semeador”; processos de ordenação de padres, desde o período colonial; livros de tombo das paróquias; relatórios de atividades pastorais; correspondências dos bispos; atas de reuniões dos movimentos católicos; e até bulas papais dirigidas às dioceses de todo o mundo ou mesmo diretamente aos bispos de Alagoas.

Fazem parte dele raridades como um exemplar original da primeira edição de “O Semeador”, publicada em março de 1913, e um testamento feito em 1794, o documento mais antigo do Arquivo. O período mais farto de material vai de cerca de 1800 a 1990.

No ano de 2018 foi lançado o Guia Geral do Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió. A organização do local possibilita aos interessados pela história da Igreja e de Alagoas uma visão geral dos assuntos, tipos de documentação e períodos que abrangem o patrimônio, desde o século 18 até os dias atuais.